Não tem jeito, o diretor francês Luc Besson já era mesmo, não acerta uma desde O Quinto Elemento em 1997. Ele deveria ter se tornado um belo de um produtor executivo e dado filmes pra diretores novos fazerem porque nada que ele fez desde então presta. E olha que ele filmou um monte.
A ver por sua nova tentativa Dogman, um filme que tinha tudo pra ser incrível, só faltou alguém chegar nele e dizer “Luquinho, bora editar o roteiro, repensar o uiverso que você quer criar, rever a hsitória dos cachorrinhos e partir ou pra um ficção científica ou pra uma comédia inglesa porque do jeito que tá não vai rolar”.
Pelo menos Dogman serviu para assistirmos um show do maravilhoso Caleb Landry Jones, que arrasou em Nitram, um puta filme que lhe concedeu inclusive prêmio de melhor ator em Cannes em 2021.
Ele vive Douglas, um cara que vai preso logo no início do filme, montado de mulher, ensanguentado como se tivesse acabado de apanhar, dirigindo um caminhãozinho que quando a polícia abre a caçamba encontra uma quantidade enorme de cachorros, seus filhos, como ele deixa bem claro.
A partir daí, preso, ele conta sua história para a psicóloga mais sem graça e sem força e sem carisma da história do cinema, vivida pela ótima Jojo T. Gibbs. E o preso se abre, conta de sua infância preso em um canil minúsculo por seu pai sádico e seu irmão crente maluco, depois que sua mãe foge de casa porque não aguenta mais apanhar. Nesse canil ele aprende a lidar com os cachorros que viram sua real família e um deles o salva depois dele levar um tiro do próprio pai que o deixa bem detonado fisicamente.
Nessa pegada meio Entrevista com o Vampiro, só que sem roteiro bom nem diretor competente, o filme segue a vida de Doug vivendo em orfanato, crescendo sempre com os cães a sua volta, virando drag queen (!!!), virando vingador do bairro contra os latinos do mal, virando ladrão, nos maiores truques da história do cinema atual.
Truques, quero dizer, enganações de roteiro que poderia ser incrível se fosse reescrito e editado algumas dezenas de vezes mas Besson resolveu colocar todas as ideias possíveis que ele vinha tendo num filme de 2 horas que leva um personagem interessante vivido por um ator muito bom, a lugar nenhum.
Literalmente.
Fora que tecnicamente o filme é sofrível. Besson que sempre se vendeu como o cara que faz Hollywood na França, errou na mosca com a pior fotografia possível, cenas e mais cenas mal fotografadas com uma pós produção de green screen vergonhosa. Se ele dissesse que não tinha dinheiro pra fazer o que fez, mesmo assim eu o criticaria porque sem dinheiro a gente muda o roteiro, o que não foi o caso aqui.
Que tristeza, Besson. E pensar que você fez Imensidão Azul, um dos filmes da minha juventude!
NOTA: