Aaaaaaaleluia!
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Para comemorar o 190º filme de 2020, lhes apresento Quem Você Pensa Que Sou, um ótimo filme estrelado pela musa Juliette Binoche, depois de um longo e tenebroso inv(f)erno de filmes medíocres.
Há tempos que assisto filme de la Binoche sempre com a expectativa lá no chão, porque a francesa vinha errando na mosca há tempos.
Desta vez não foi diferente mas depois de 10 minutos de filme eu já estava convencido que coisa boa viria pela frente.
Juliette é Claire, uma mulher de 50 e poucos anos de idade que começa o filme levando um pé na bunda de seu “peguete” atual, um arquiteto bem mais jovem que ela que não vê problema em só ter uma relação sexual com ela.
Como ele mesmo diz de cara, ela não espera apresentá-los para seus filhos, já que ele não é muito mais velho. Só que ele é.
De qualquer maneira, Claire resolve tentar entender como “os jovens” se relacionam hoje em dia e cria um perfil falso, de uma mulher muito mais nova e dá em cima no amigo do seu ex, quem ela acha que foi o responsável pelo término do seu suposto namoro.
O que Claire não esperava é que essa vida de perfil falso é muito trabalhosa e quase nunca tem um final muito feliz.
Especialmente se o seu perfil falso acaba se apaixonando pelo perfil real da outra pessoa.
Quem Você Pensa Que Sou é o típico filme francês que eu tanto amo, cheio de diálogos, lotado de palavras e conversas mesmo que se escoram em poucos personagens e em 2 ou 3 locações.
O que interessa é o roteiro, o jogo de cenas que vão fazendo sentido um pouco mais para a frente, nada imediatamente.
Até que antes do esperado, tudo se resolve. Mal e porcamente, mas se resolve, no final do segundo terço do filme.
E aí entra a beleza de Quem Você Pensa Que Eu Sou.
O diretor Safy Nebbou, ao invés de tirar da cartola uma reviravolta rocambolesca ou até mesmo surreal, nos entrega o que menos esperamos com uma classe cinematográfica pouco vista ultimamente.
Seu roteiro e suas resoluções cinematográficas são de tirar o chapéu.
Quem Você Pensa Que Sou é de uma sutileza tamanha, graças sobretudo ao trabalho do diretor com Binoche na construção da personagem mais profunda, mais cheia de camadas e sensações e emoções do ano.
Ela não é uma super heroína, mais erra que acerta, não sabe pra onde está indo porque se perdeu lá de onde vinha mas Claire é um exemplo do que deveria estar sendo feito no drama cinematográfico pelo mundo.
NOTA: 1/2