Quando eu assisti To Kill A Tiger, o documentário com produção canadense concorrente ao Oscar, eu já no início fiquei bem triste ao lembrar o tanto de reportagens que eu leio sobre o quanto é usual o “estupro coletivo” na Índia.
Alguns dias atrás li outra reportagem sobre uma turista brasileira estuprada na Índia por 7 homens a semana passada enquanto seu marido apanhou feio dos mesmos.
O estupro por lá é uma praga, sendo que a cada 20 minutos uma mulher, a mioria meninas bem jovens, nem adolescentes, são violentadas por dia.
To Kill A Tiger conta a história de uma delas, uma menina de 13 anos que enquanto estava em uma festa de casamento de um familiar, foi levada à força por 3 homens para um matagal perto do local onde a estupraram e deram uma surra para ela não contar a ninguém, prometendo que ela seria morta se contasse.
Acontece que para ir contra toda a tradição de silêncio, a menina contou a seu pai o que aconteceu, que logo foi à polícia e denunciou os 3 homens de sua comunidade, vizinhos, bandidos.
Ninguém esperava isso e pai, filha e o resto da família começaram a sofrer ameaças descaradas de vizinhos e até de familiares para que não continuassem com a denúncia, o que o pai fez questão de não fazer, mesmo perdendo amigos, perdendo trabalho e vendo sua família ser rechaçada.
Por 2 horas a gente acompanha a saga da família, a luta por justiça, as pessoas que os ajudam nessa empreitada e principalmente que os ajudam psicologicamente para que todo mundo suporte toda a pressnao.
Ver essa história me remeteu a tantas histórias parecidas que acontecem por aqui, não tão dolorosas no pós acontecimento porque aqui, apesar da justiça ser demorada e muito elitista, funciona melhor que lá, onde parece que a história da culpa nesses casos ser da mulher, de como ela anda, do que ela veste, ainda é vigente.
Um soco bem dado no estômago por uma história real, triste, potente e surpreendente por acontecer na segunda década do século 21.
NOTA: 1/2