Matteo Garrone é um dos meus diretores italianos preferidos dos últimos anos e depois deste Eu Capitão, de todos os tempos.
Eu AMO Dogman, o filme anterior de Garrone e já amava Gomorrah, de 2008, que me deixou sem chão.
Mas Eu Capitão é a obra prima que eu achava que Matteo nem mais faria, só fico imaginando o próximo filme do cara.
Aqui ele conta a história de Seydou, um jovem senegalês que vive uma vida muito fofa com sua família em Dakar, com uma mãe ótima, muitas crianças a sua volta.
Ele trabalha, tem amigos bem legais, vive uma vida alegre, divertida e tem um sonho: morar na Europa para trabalhar e ganhar mais dinheiro para sua família.
Quando a mãe dele desconfia de seus planos, ela dá bronca nele, no seu amigo Moussa e eles prometem que não irão.
Até que depois de uns dias eles vão.
E Eu Capitão, o filme que era fofo e divertido, vira um filme de ação dramático e trágico, uma reviravolta de 180 graus que eu não esperava e que me deixou de queixo caído.
Eu Capitão vira uma aventura desgraçada, onde acompanhamos 2 adolescentes com sonhos enormes e sofrimentos maiores ainda, tudo sob a batuta de um diretor incrível, que sabe o que faz e melhor ainda, sabe como faz.
Eu Capitão é filme de gente grande, com roteiro com uma das melhores reviravoltas do ano, reviravolta quase filosófica.
A gente não espera o que vai ver em Eu Capitão, mesmo sabendo que o que acontece é o mais provável que aconteça. Só que a genialidade do filme, do diretor Garrone, é maior do que sonha nossa vã…
Eu Capitão é uma descida ao inferno de Dostoevsky, em um filme fofo da Disney com o personagem principal mais importante de 2023.
Tão importante que Seydou Sarr venceu o prêmio de melhor ator no Festival de Veneza deste ano, quando o diretor Garrone venceu o prêmio de melhor direção.
Eu Capitão é O filme obrigatório da temporada e claro, a Itália mandou o filme para concorrer a uma vaga ao Oscar 2024.
NOTA: