The Starling Girl deveria ser um dos destaques da Mostra de Cinema de São Paulo mas infelizmente você vai ter que procurar pelas locadoras gratuitas da internet para assistir este drama desgraçado.
A absurda atriz Eliza Scanlen vive Jem, uma das dançarinas do grupo da igreja super crente radical do vilarejo onde ela vive com os pais e a irmã mais nova.
Sob as regras rígidas (e estúpidas) vindas do pé da letra bíblico, Jem é repreendida, por exemplo, em uma missa por usar uma blusa branca demais por onde se enxerga o sutiã que ela está usando, o que caracteriza vários pecados capitais, de soberba a querer se mostrar para os homens.
Pior ainda ela sendo só uma adolescente. Uma criança!
Depois de ouvir tudo isso das mulheres da igreja, ela chora muito e é consolada longe de todos por Owen (minha nova obsessão Lewis Pullman, filho do Bill), um missionário que acabou de voltar para o vilarejo com a esposa depois de passar muitos e muitos meses pregando fora.
Owen é mais jovem que o pastor local, mais bonito e mais interessante que os homens e os meninos que com a permissão dos pais, querem cortejar Jem e garantir uma esposa num futuro próximo.
Mas Owen se interessa por Jem e aos poucos vai se aproximando mais do que deveria da jovem até que eles consumam seu pseudo amor e la mierda é jogada no ventilador dos crentes radicais.
The Starling Girl me deixou tão incomodado com a história do adulto seduzindo e sim, abusando da adolescente que eu por vezes quis parar o filme e respirar um pouco.
Mas a direção da ótima Laurel Parmet, a partir de um roteiro quase perfeito, me fez assistir o filme até o final, sofrendo, com o estômago reclamando mas acreditando, besta que sou, que tudo pode dar certo no final.
Jem tem pais que, ela descobre sem querer, eram bem malucões, beeem malucões e que “renasceram” na religião, renegando suas vidas de pecados.
Ou quase, porque Paul, o pai de Jem, era músico de uma banda de rock e sente muita falta de sua vida, da bebida, dos shows e aos poucos vai deixando claro para a filha (e também para a esposa renascida) que sua cabeça não desliga do seu passado de “iniquidade”.
Jem vai processando tudo o que está vivendo, o amor pelo homem casado, o pai e seu passado revivido, a mãe rígida, enquanto tenta chegar a conclusões que obviamente não são as mais acertadas muito pela falta de “vida”.
O filme incomoda muito, as possibilidades são as piores possíveis mas gostar do inesperado ou mesmo do proibido sempre foi uma falha de caráter minha.
NOTA: 1/2