Olha, fazia um bom tempo que eu nnao ficava tão abalado com um filme quanto eu fiquei com este drama belga.
Aplaudo de pé a roteirista e diretora Emmanuelle Nicot primeiro pela coragem de ter escrito esta história e depois por ter realizado um filme deste nível.
Dalva é uma menina bem novinha que na primeira cena eu já fiquei perdido vendo que ela se veste e age como uma mulher adulta.
E nesta primeira cena Dalva está sendo contida por policiais enquanto outros prendem um homem muito mais velho que ela.
O homem é seu pai que tinha Dalva, sua filha, vivendo com ele como esposa.
Meu mundo caiu.
Em menos de 3 minutos o chão já se abre e a gente já acha que o que vem pela frente é punk em níveis estratosféricos.
E é sim.
Emmanuelle nos entrega uma história tão impactante e inesperada ao mesmo tempo que lida com seus personagens como se fossem ideais de pessoas que lidam com as piores sensações e experiências na vida.
E apesar disso, ou por isso mesmo, são tratadas como são por uma diretora que constrói sua história ao redor da pior das possibilidades.
Um dos grandes “valores” de Dalva é seu elenco.
A menina é vivida por uma estreante que parece ter décadas de experiência em frente as câmeras: Zelda Samson é um estouro, uma atriz nata, uma menina que entrega tudo e mais pouco, sob a condução perfeita de uma diretora que sabe o que quer.
Além de Zelda, que rouba o filme, quem se destaca (mais uma vez) é o francês Alexis Manenti, o grande ator de Les Mis e Athéna.
Prepare o estômago, respire fundo e assista Dalva, essa história tão sufocante mas tão necessária num cinema tão modorrento quanto temos experimentado em nossos dias.
NOTA: 1/2