Fazia já alguns anos que eu não via um lançamento de horror nos cinemas desse nível de desgraçado.
Acho que desde Corra! e Hereditário que não acontecia de eu sair do cinema querendo ir pra minha casa mas com medo de chegar e estar sozinho. No escuro.
E o pior (melhor?) é no outro dia eu já querer assistir de novo o filme mesmo sabendo que eu vou sofrer de novo com essa releitura ou recriação da tábua ouija.
Só que como disse ali acima, bem desgraçada.
Em Fale Comigo uma molecada bem inconsequente, doidinha, bem molecada mesmo, encontra uma mão, sim, uma mão, que não sabem de quem é, deve ser de algum condenado, sei lá o quê, mas essa mão, ao ser segurada e se depois algumas palavras específicas são ditas, meio que abre o portão do inferno e faz com que a pessoa que a segura enxergue certamente quem ela não quer enxergar.
Só que multiplique isso por 1 milhão.
E use uma fralda, nunca é demais.
O filme é tenso, é punk, é violento, e como num jogo com a tábua ouija que funciona muito pro mal, o grupo de amigos não desiste e repete e depois repete de novo a tal da brincadeira, mesmo que isso abra possibilidades impensáveis e, quem sabe, irreversíveis para quem com a mão ousa brincar.
Ideia muito boa realizada em um filme não muito caro foi a chave pro sucesso de Fale Comigo dos gêmeos australianos Michael e Danny Philippou e também a chave para a A24 já garantir uma sequência ao filme, o que vai me fazer comprar um pacote de fralda mesmo e esperar que todos os ícones aqui criados, permaneçam no que já está por vir.
Ah, claro, a crítica aos nossos tempos de vale mais um like na transmissão de uma desgraça qualquer do que propriamente ajudar quem está sofrendo tá no filme e por mais que a gente esqueça depois de tudo, é uma boa cutucada.
NOTA: 1/2