Uma das regras do cinema do século XXI é: tem Brian Cox a gente assiste.
Era assim faz tempo, foi assim com Succession e é assim com este drama A Filha do Prisioneiro.
Cox é o prisioneiro, que não vê, fala, tem contato com a filha há anos.
Kate Beckinsale é a filha que mal lembra que o pai existe e que vive uma vida de mierda tendo um filho adolescente pra criar sozinha, já que o pai do menino é um junkie lixo e ela não consegue ganhar o suficiente para ter uma vida menos que desesperada, onde, por exemplo, ela tem que dividir o remédio do filho pra durar mais dias, já que não está sem grana, pra variar.
Mas isso tudo pode mudar quando ela recebe um telefonema do pai preso, lembra, o prisioneiro do título, que por estar com câncer terminal, conseguiu um perdão para cumprir o resto de sua pena em casa.
Quer dizer, em alguma casa. E ele se lembra da filha que em princípio diz não, mas repensa e descobre que ele tem uma grana que pode ajudá-la com as despesas do dia a dia.
Um dos grandes problemas do filme é a diretora e roteirista Catherine Hardwicke ter acreditado que ter uma dupla principal bem boa seria o suficiente para um roteiro meia boca, já que nada que acontece neste filme a gente não espera.
Brian Cox é o bandidão véio cansado e com dor que a gente já viu por aí mas que tem uma sensação de dívida para com a filha e o neto que quase comove.
Já colocar Kate Beckinsale forte e triste e desesperada com uma maquiagem pra deixá-la longe de qualquer glamour que esperamos da bonitona não é o suficiente para um texto tão óbvio.
Fora que fazer olheiras na estrela me deixou mais nervoso pelas olheiras do que pelo fato dela fazer o papel de uma mulher sofrida. Dá pra entender?
Resumindo: uma pena.
NOTA: