Marcel the Shell with Shoes On é a maior surpresa do meu 2022 em filmes.
Que coisa mais fofa, que coisa mais bem escrita e mais bem filmada.
E por coisa eu quero dizer esse documentário (de mentira) onde Dean, um diretor (Dean Fleischer Camp, o próprio criador e diretor do filme) nos mostra a vida de Marcel, uma concha de tênis (vivido genialmente pela voz de Jenny Slate).
Marcel vive em uma casa linda com sua avó Connie (a DEUSA Isabella Rossellini) e seu fiapo de estimação.
Dean nos conta como Marcel e Connie vivem (Connie, inclusive, tem um band aid que é uma das coisas mais legais do filme) sozinhos, depois que a família e os amigos conchas de Marcel sumiram sem que ele soubesse o porquê.
Eu sou uma besta e sempre tenho um pezinho atrás com animações, duvidando dos roteiros e em 90% das vezes erro na mosca e me apaixono por esses filmes.
Marcel não foi diferente, só com o detalhe que com 10 minutos de filme eu já era fã desde criancinha não só da ideia geral mas da forma como o filme foi feito e principalmente de como Jenny Slate deu vida ao personagem mais legal do mundo.
Aliás, será que Jenny Slate poderia ser indicada ao Oscar de melhor atriz mesmo só dando voz ao personagem? Porque o que ela faz no filme é de assustar de bom.
Marcel the Shell with Shoes On me remeteu a um monte de animações que eu via na tv na minha infância e adolescência, como Mio e Mao e outras coisas de massinha tipo Barbapapa.
A ingenuidade do roteiro que nos leva a um mundo surreal que tira o nosso chão e nos faz aceitar com prazer essa ultra realidade ou esse mundo de sonhos é algo há muito não visto em um filme que não fosse uma desgraceira de horror, por exemplo.
E este talvez seja o maior trunfo de Marcel the Shell with Shoes On, essa pretensão (boa) surreal travestida de ingenuidade, o bizarro fofo, é o que vai levar este filme longe.
Assim espero, na verdade, porque os criadores Dean Fleischer Camp, Jenny Slate e Nick Paley demoraram 10 anos para realizar essa pérola e eles merecem o mundo!
NOTA: