Imagina um filme triste.
Pensa naquele tipo de filme que é centrado em um personagem principal e todos os outros são coadjuvantes a sua história.
No caso, coadjuvantes a seu sofrimento já que o Colm de Rialto sofre mais do que muito personagem coitadinho dos últimos tempos.
Antes de falar do Colm em si, preciso falar que ele é vivido por um ator irlandês inacreditável, de quem já virei fã de carteirinha, Tom Vaughan-Lawlor.
O que esse cara consegue fazer com esse personagem é fora de série.
Colm começa o filme já sofrendo com a morte de seu pai e tudo o mais que acontece é uma espiral descendente de não dar inveja nenhuma.
Aos 48 anos ele tem problemas no casamento, problemas graves com seu filho, com quem não consegue trocar 3 palavras sem que seja xingado, problemas com a mãe com quem não troca 3 palavras sem perder a paciência e, claro, problemas no trabalho.
Pra melhorar a situação, ou ao menos ele acha isso, ele começa ter um tipo de relacionamento doido com um michê. Relacionamento, diga-se de passagem, pela primeira vez em sua vida, como ele diz pra Jay logo de cara.
Quando Colm resolve relaxar e encontrar Jay de novo e de novo, ele começa a perceber que provavelmente é ali que ele vai encontrar conforto e carinho e algum tipo de esperança, já que em casa o que ele menos tem é apoio, nem dos filhos nem da esposa depois que além de tudo, voltou a beber compulsivamente.
Como disse, a história de Colm não é fácil.
Um cara que se dá mal com toda a família, no trabalho, no dia a dia e procura carinho e conforto em um michê, é de chorar mesmo.
E Colm chora, principalmente pelas mãos do ótimo diretor Peter Mackie Burns que não dá trégua, não faz concessão e nos entrega um filme, repito, triste, denso e com um dos melhores e mais dificilmente realistas finais do ano.
NOTA: 1/2