Se você não é gay e acha que as bichas quando se encontram em festinhas em casa sempre terminam transando umas com as outras, sem pudor e sem vergonha, assista The Boys In The Band e entenda o que acontece num desses aniversários gays.
Se você é gay e frequenta essas festinhas na casa de uma “amiga”, assista The Boys In The Band e deixe aqui nos comentários qual personagem te representa, porque o leque de possibilidades aqui é o mais amplo possível.
Se você como eu não gosta de nada do Ryan Murhy além de Pose, assista The Boys In The Band que vale a pena.
Apesar da direção ser bem “dura”, o bom do filme é que o roteiro é praticamente o mesmo do filme original de 1970, o que é ótimo porque o grande problema do Murphy são os roteiros.
Sua ideias são ótimas mas parece que ele faz questão de que os roteiros e quem os escreve, não apareçam mais que ele.
Quando ele deixa escapar e os roteiros são bons, acontece um Pose, pra compensar o monte de AHM que começa bem e no terceiro capítulo você já quer atirar o monitor pela janela.
The Boys In The Band é a história de uma festa de aniversário.
Passada em 1968, em NY, Michael abre as portas de seu apartamento para festejar seu melhor amigo Harold.
Pra isso ele convida seus 5 amigos mais próximos, todos gays e bem íntimos e do nada aparece Alan, um amigo de Michael da faculdade, hetero que não sabe que Michael é gay.
E a confusão está formada, já que as bichas fazem questão de deixar claro que Alan é o intruso e que elas estão lá orgulhosas e ele que lute.
The Boys In The Band é um filme amargo, com um roteiro que escorre rancor por todas suas 2 horas de duração.
Isso porque seus personagens são estereótipos gays que apesar de terem sido criados 50 anos atrás, perduram até nossos dias.
Quando se fala hoje em dia que a esquerda não é unida, que fica batendo cabeça enquanto a direita está passando o rodo, vocês não fazem ideia de como é o universo gay.
A bicha rica odeia a pobre que odeia a inteligente que odeia a bombada que odeia a bicha padrão que odeia a magrela que odeia a bicha gorda que odeia a lisa que odeia a peluda que odeia a jovenzinha que odeia a velha que odeia a efeminada que odeia a lenhadora mas que quando se encontram na sauna, todas se pegam sem o menor pudor.
Mas no dia a dia, para a sociedade (juro, é assim que eu enxergo a hipocrisia), elas ficam nos seus mundinhos, não se misturam e o tempo todo falam mal umas das outras.
De novo, até que se encontram no dark room, depois de usarem um monte de poppers e Ketamina e GHB, daí a festa rola solta.
E é isso que acontece no filme, todas são amigas até que uma começa a falar mal da outra.
Mas The Boys In The Band, que tá na Netflix, é bom.
Amargo, triste e até melancólico, apesar de todos os pesares.
NOTA: