Já que postei 2 filmes gays essa semana, vou no embalo e toma mais um.
Vento Seco é brasileiro, dirigido pelo Daniel Nolasco (de Mr. Leather) e estrelado pelo queridão Lelo Faria.
O filme se passa na região de Catalão em Goiás, onde um cara vive sua vida entre trabalhar em um silo, nadar e fazer bastante sexo.
Sandro (meu amigo Lelo, que tá mais que ótimo no papel e não só porque é meu amigo) vive sua vida monótona demais em contraponto ao calor intenso de sua cidade.
Entre seu trabalho em uma fábrica de fertilizante agrícola e suas sessões diárias de natação na piscina do clube, ele se encontra com um pseudo namorado, já que apesar da rotina, ele não o assume.
E como não tem compromisso, ele procura transar com quem mais encontrar disponível.
E esse é Vento Seco, mais um filme absolutamente fetichista do diretor brasileiro mais fetichista de todos.
Ponto ruim do filme: o roteiro é praticamente inexistente, parece que as ideias iam surgindo à medida que iam filmando e por isso, essas ideias não se sustentam como poderiam se fossem melhor escritas.
A forma do filme, a estética, é totalmente baseada em Tom of Finland, na iconoclastia gay, no fetiche, no leather e ao contrário do que falei do filme Monsoon onde o diretor dá um passo adiante na fotografia cinematográfica gay coloridona blocada dos sucessores de Moonlight, Vento Seco se apega demais aos ambientes monocromáticos, às cores exageradas que acabam mais sendo uma graça do que um motivo de contar sua história, uma ajuda estilística ao roteiro que não existe acaba sendo só algo bonitinho.
Apesar de tudo isso, Vento Seco tem o melhor elenco possível, o mais diverso que eu já tenha visto em um filme de ficção brasileiro, com Lelo Faria como protagonista sendo muito bem acompanhado pela ótima Renata Carvalho e pela revelação (pra mim) Leo Moreira Sá.
Escrevo isso depois de alguns meses de ter assistido Vento Seco de propósito, porque queria saber o quanto o sexo explícito do filme, que é muito, sobreviveria depois de um tempo.
E sobrevive muito bem.
Vento Seco, além de ser o filme mais fetichista possível, é o filme mais “puto” do cinema brasileiro, despudoradamente necessário como não achei que seria quando terminei de assistir Vento Seco.
Que venham mais filmes com muito sexo, Brasil.
NOTA: 1/2