A coisa mais impressionante pra mim ao assistir um documentário absurdo de bom é quando, no meio do filme, eu me dou conta do quanto eu estou imerso na história e me lembro que toda a bizarrice ou lindice ou qualquer outra “ice” aconteceu na vida real.
The Painter And The Thief é o mais recente documentário que me deixou de quatro, de queixo caído e o melhor, com a melhor sensação de todas: que o ser humano é mesmo a melhor fonte de histórias.
A pintora do título é Barbora Kysilkova, uma artista tcheca que tinha acabado de se mudar para Oslo e o melhor, estava com sua primeira exposição solo em uma galeria quando ela recebe um telefonema do dono dizendo que 2 ladrões roubaram 2 de suas obras na noite anterior quando a galeria já estava fechada.
Barbora, sendo jovem, não famosa (“eu não sou Picasso pra ter quadro roubado” ela diz em um momento do filme) e com o quase descaso da polícia pelo ocorrido, resolve ir atrás dos ladrões.
Suas investigações junto com as oficiais, levam a polícia a um deles, que é preso.
Quando Barbora o encontra no julgamento, ela diz que quer conversar com ele e entender o que aconteceu, ao que ele diz para a juíza não se lembrar de nada mas que faria o que pudesse para ajudar a artista encontrar seus quadros.
Esse é o início da relação da artista com o ladrão do título, Karl, um junkie fofo. Mas junkie. Totalmente perdido.
The Painter and the Thief te levo do fundo do esgoto ao mais profundo da alma humana em um corte de cenas.
2 coisas importantes a se dizer do filme.
A primeira é sobre o filme em si, sobre a história toda ter sido filmada, em princípio como um registro sobre o trabalho da artista que logo tem esse viés além do esperado, documentando todo o pós roubo.
A segunda é sobre a relação que foi aos poucos surgindo e crescendo entre a pintora e o ladrão, como disse lá em cima, uma das coisas mais “bizarras” que vi ultimamente e que me fez acreditar mais uma vez que o ser humano é demais, que tem gente maravilhosa pelo mundo, não só o bando de lixo que a gente tem que lidar no nosso dia a dia besta.
Por mais talentosa e interessante que Barbora seja, e isso fica muito claro durante o documentário, ela é uma pessoa totalmente instável, cheia de problemas, perdida mesmo, como todos nós somos.
Acontece que Barbora ou é uma puta de uma atriz (o que eu duvido, não tem como ela fingir tão bem) ou é sim (e eu acredito nisso) uma referência de mulher.
Como disse antes, o filme tem momentos que me levou a um outro patamar de realidade onde eu não tinha mais certeza se o que eu estava assistindo era um documentário ou uma história com o melhor roteiro do ano.
Fora que eu terminei o filme me achando literalmente um cuzão. Lição das boas. Tapa na minha cara. De mão fechada.
O bom de The Painter and the Thief é ir se surpreendendo aos poucos e eu garanto que são muitas surpresas nas quase 2 horas de filme.
Das melhores e das nem tanto.
#alertafilmão
NOTA: