La Belle Époque é o cúmulo da comédia romântica francesa.
E isso é muito bom.
O filme conta a história de um casal que se separa depois de décadas casados.
Ela é uma empresária com uma empresa de jogos de realidade virtual super bem sucedida.
Ele é um cartunista que já foi muito famoso e que nos últimos anos largou mão de tudo e foi meio que se apagando.
Pra se ter ideia, ela o manda embora de casa porque perdeu a paciência e ele não tem dinheiro nem pra chamar um taxi. E não pode nem chamar um carro de aplicativo porque não acredita em celular.
Sabe o tipo?
Apesar dos últimos acontecimentos, ele recebe um convite para participar de uma experiência bem doida da empresa do melhor amigo de seu filho, um cara que o tem como inspiração de vida: ele pode recriar um momento de sua vida e revivê-lo numa experiência de role playing com atores e cenário e figurino realistas.
O momento que for, de quando for. A única coisa é que a empresa precisa do maior número de informações super detalhadas possíveis, para recriar a experiência.
Meio que um westworld só que low tech, com atores reais, cenários, comida, bebida, música.
O pedido dele é o dia que ele conheceu o amor da sua vida, nos anos 1970, num bar em Lyon.
E lá vai o recém divorciado, triste e desiludido, tentar ter alguma felicidade novamente, nem que seja por algumas horas.
Por causa de um roteiro muito bem escrito e muito bem resolvido, as ideias bobas e sentimentalóides que compõe a história toda acabam sendo muito lindas e fofas, como em toda boa comédia romântica.
La Belle Époque tem tanto detalhezinho bom, o primeiro deles é que o casal está nos seus 60 e tantos anos de idade, algo diferente e intrigante para o público desse tipo de filme.
Mas é o que eu sempre falo aqui, quanto mais velhos os atores, mais certeza de sucesso total das personagens.
No caso desse filme ainda, o diretor escolheu a dedo: o casal é vivido apenas pela Fanny Ardant e pelo meu preferido Daniel Auteuil.
La Belle Époque é daqueles filmes que aquecem o coração, mais romântico que comédia, apesar de ser super bem humorado.
Tudo funciona no filme, todos os pormenores super intricados, difíceis de serem encontrados em uma comédia romântica, todos funcionam. Os personagens são profundos e uma das coisas mais legais é a história paralela da atriz que interpreta o amor do divorciado estar se separando do diretor da experiência de role playing, ideia muito da boa.
O filme com um roteiro tão complexo é realizado de uma forma muito suave pelo diretor Nicolas Bedos, do nosso também preferido Monsieur & Madame Adelman, filmaço obrigatório.
NOTA: