Quando eu ouço falar em filme sobre professor acusado de importunação sexual por algum aluno, em logo lembro do maior desses filmes, A Caça, do meu preferido Thomas Vinterberg, estrelado por um Mads Mikkelsen fora de série, numa das atuações mais incríveis de todos os tempos como o professor amado e bonzinho que vai para o fundo do poço depois da acusação.
Este francês The Good Teacher, ou Pas de Vagues no original, é baseado numa história real que aconteceu com o próprio diretor Teddy Lussi-Modeste no início dos anos 2020 quando era professor.
Vivido pelo melhor ator francês de sua geração, François Civil aqui é Julien, um professor gay que é acusado de assédio sexual por uma aluna de 13 anos de idade.
O que é uma mentira, claro, e que enquanto causa ira horrorosa na família da menina, principalmente em seu irmão violento e perigoso, causa revolta nos professores, nem todos, da escola onde Julien trabalha, tudo isso enquanto ele começa a fazer o que pode e o que não consegue para provar sua inocência.
Ele precisa lidar com o diretor da escola que não coopera porque não quer que a escola tenha uma má reputação, precisa lidar com seu namorado que ao mesmo tempo que ajuda acaba atrapalhando bastante, precisa lidar com os professores que não querem Julien por perto depois de uma acusação gravíssima como essa e principalmente precisa lidar com 2 de suas alunas que ficam fazendo bullying em todos os outros alunos e alunas da sala para que infernizem a vida de Julien e não o deixem em paz.
O que eles aos poucos vão conseguindo.
Mas não há mentira que dure para sempre nem verdade que dure a aparecer.
O problema aqui é que, ao contrário de um princípio básico da justiça onde o réu é smepre inocente até que provem o contrário, nas histórias de pedofilia, assédio sexual e outros horrores do nível, o réu sempre é culpado e está a um passo do cadafalso, mesmo não tendo falado nada.
Mas quando Julien fala, mostra o quanto é senhor da situação, o quanto tudo não passa de invencionice de adolescente perdida ou pior, tudo não passa de bullying.
Mas será mesmo?
Filmão, com o final mais francês possível.
NOTA: