Teve um momento da carreira de Hitchcock que ele descobriu que as pessoas só começavam prestar atenção em seus filmes depois que ele aparecesse “disfarçado”. A partir de então ele começou a aparecer nos primeiros momentos do filme para depois contar sua história.
Acho que o John Woo teve a mesma percepção porque neste novo The Killer, as pombas em câmera lenta, uma de suas marcas registradas, aparecem aos 3 minutos do filme, pra nossa sorte, porque isso é sempre um espetáculo.
E se eu achava que essa seria a única marca registrada de Woo nesta refilmagem de um de seus clássicos, me enganei.
O filme é lotado de violência estilizada, perseguições insanas, muita câmera lenta, muito personagem ambíguo, só que desta vez em Paris, onde a matadora de aluguel (do título), se junta ao policial honesto, o único, para juntos acabarem com o mafioso desgraçado que primeiro era o “chefe” dela e agora tenta matá-la de qualquer maneira porque, adivinha, ela quer parar de matar, quer sair da máfia, quer viver em paz.
O filme é daqueles crimes hollywoodianos que refazem clássicos de diretores “gringos” para que os filmes não sejam legendados.
Obviamente que The Killer original, com o maravilhoso Chow Yun-fat como o assassino, é melhor e até mais cruel que esta nova versão.
Mas eu gostei bem da inglesa Nathalie Emmanuel como a vilã protagonista na Paris sem jogos olímpicos, se juntando ao policial bonzinho vivido pelo também sempre ótimo Omar Sy, juntos lutando contra o mafioso desgraçado vivido pelo meu preferido Sam Worthington (oi sumido!).
John Woo é o máximo, dirige ação violenta como poucos, com seus maneirismos finos, sua estética apurada que ainda me espanta no melhor sentido possível.
O único problema deste filme pra mim é o roteiro, que peca por omissões importantes ao mesmo tempo que se perde com informações quase irrelevantes.
Como diz o outro, pra que assistir uma refilmagem quando você pode assistir o original?
NOTA: 1/2