Hitchcock dividia seus filmes em 2 categorias: ou ele fazia filmes que não se sabiam quem matou, os whodunit, ou ele fazia filmes onde já sabíamos quem matou e o roteiro tinha que ser maravilhoso.
O Crítico é um suspense onde sabemos de cara que o crítico, um Ian McKellen caricato e perfeito, é um capataz não só pelo que escreve, mas também porque é um canalha sem alma.
Só que aí o roteiro tem que ser muito bom pra prender o público.
O que não é o caso deste filme.
A história do crítico de teatro na Londres pré Segunda Guerra Mundial poderia ser boa, mas que erraram na mosca.
O roteiro demora muito pra explicar quais são as relações que tantas pessoas que aparecem pelo filme teriam com o crítico canalha. E quando finalmente explicam, o filme começa a correr.
A personagem principal do filme é o crítico que manipula todo mundo como quer e como não pode. Sua principal vítima é uma atriz de teatro (vivida pela Gemma Arterton, uma atriz que eu nunca sei quem é) que ele critica muito, tenta acabar com a carreira dela desde sempre e que um dia vende sua alma para seu algoz.
Muita gente gira em torno da atriz e a melhor delas, sua mãe (vivida pela musa Lesley Manville), é a que menos aparece.
Um feito interessante do filme foi ter colocado o sempre vilão careca Mark Strong no papel de mocinho bobo. Com cabelo. Funcionou muito bem.
De resto, O Crítico é meio peça de teatro onde quando um sai o outro entra por outra porta. É uma diversão razoável num dia que o filme cair no seu colo.
NOTA: