Amo o cinema da Geórgia e fiquei animado quando o filme The Antique, vindo do ex país soviético, concorreu a uma vaga de melhor filme estrangeiro.
A animação durou até que assisti a baboseira.
Ou melhor, até que eu me esforcei muito para terminar de assistir The Antique.
E mais um tempo depois tentando chegar a uma conclusão de como erraram tanto fazendo um filme sobre um dos grandes escândalos diplomáticos daquele lado do mundo quando em 2006, o governo russo expulsou do país milhares de pessoas nascidas na Geórgia em contrapartida a prisão de espiões russos naquele país. Claro que o governo Putin chegou a extremos dizendo que estava expulsando pessoas sem documentos mas que no final das contas o que aconteceu foi uma limpeza étnica, crime reconhecido pela Corte Europeia de Direitos Humanos.
Olha a história incrível.
Mas a diretora georgiana Rusudan Glurjidze se enrolou na “esperteza” de seu roteiro contando a história de Vadim, um homem bem idoso que vende seu apartamento em São Petersburgo para uma jovem georgiana, Medea, com uma condição: que ele continue morando lá até que morra, já que ele acha que tem no máximo mais uns 5 anos de vida.
Quase todo o filme de mais de 2 horas se passa no apartamento do velho e da imigrante, no caso, imigrante legal, já que Medea tem seus documentos, trabalha em uma loja de um georgiano que a gente não vê, só ouve, que “importa” móveis do país e vende como “antiguidades”.
Todos os georgianos que giram em torno dessa loja, que geralmente são picaretas que vão e vem pela fronteira, estão começando a temer por ouvirem que algo está acontecendo pela polícia russa que tem fechado o cerco com os ilegais.
MAs a gente não vê a tensão e mal fica sabendo do que está acontecendo, já que o foco é o chato do Vadim e a meio que insuportável da Medea, 2 personagens que se entendem por estarem na mesma vibe irritadiça.
Eu quase desisti do filme mas como a diretora deixou claro no início com uns letreiros avisando sobre a limpeza étnica, fiquei esperando algo que não aconteceu.
Apesar da beleza da produção, da fotografia e da diretora ser bem competente, o roteiro é muito fraco e não me animou mesmo. Decepção define.
NOTA: