Estreou no Mubi Dahomey, o novo filme da diretora queridinha dos Festivais de cinema europeus, a francesa Mati Diop.
O filme venceu o Festival de Berlim de 2024 o que pra mim é um grande selo de qualidade. E quando li sobre o filme, quase chorei de felicidade.
Diop fez um documentário sobre a devolução para o Benin de 26 tesouros reais da cidade de Dahomey que tinham sido pilhados pela França. Só que a diretora teve a ideia maravilhosa de dar voz a uma das estátuas reais que vai conduzindo o filme.
Já dei 5 claquetes de nota só por isso.
Quando assisti o filme, meu mundo caiu. Achei uma porcaria enorme.
A voz da estátua tá lá, dando o tom meio místico, meio julgando no começo do documentário, quando acompanhamos as estátuas sendo embaladas para sua viagem de volta para casa, em cenas sóbrias, sob um ponto de vista bem respeitoso.
O problema é quando o filme chega em Dahomey no Benin, e assistimos um monte de pessoas falando sobre a volta das estátuas em um evento qualquer.
Tudo chato, mal filmado até, porque parece que estamos assistindo uma matéria infinita de um programa jornalístico de um canal de televisão governamental.
Fiquei muito chocado com a “inovadora Mati Diop” entregando uma bobagem dessas mesmo que o conteúdo seja sim muito importante. E a questão não é o conteúdo, que fique claro, é a forma.
Estamos falando de cinema no total.
Não adianta querer falar de um evento tão importante na história do mundo quanto um país como a França devolvendo artefatos roubados para um país que foi sua colônia e contar a história de uma forma tão sem graça, tão preguiçosa até.
Se o filme fosse um curta com o início das peças sendo embaladas na França e o final das peças sendo exibidas no Benin, seria maravilhoso. Tirar aquele monte de gente nos microfones repetindo sempre as mesmas coisas, de novo, importantes, faria do filme uma obra de arte.
Mas quem sou eu pra discordar do juri de um Festival como o de Berlin?
NOTA: 1/2