Pedro Páramo é um dos clássicos da literatura mexicana, escrito por Juan Rulfo, um dos maiores de todos.
O livro é um dos bastiões do realismo fanástico, daqueles que eu li e não sabia se amava por ser doido, por ser sobre fantasmas, por ser sobre família destruída ou por ser sobre amizade eterna.
Minha esperança é que esta adaptação seria linda demais.
Dirigida pelo mexicano Rodrigo Prieto, um dos melhores diretores de fotografia dos nossos dias estreando na cadeira de diretor, o filme é sim lindo demais, esteticamente falando.
Fotografia deslumbrante, direção de arte de encher os olhos mas só.
A história de Juan, filho bastardo de Pedro Páramo, que vai atrás do pai depois que sua mãe morre, tinha tudo para ser um épico fantasmagórico, já que ele chega a uma cidade fantasma e literalmente vai sendo guiado principalmente por mulheres já mortas, amigas de sua mãe, conhecidas de seu pai, que vão contando a história do cruel e frio Pedro e sua busca pelo poder.
O filme pra mim não decola, ele é um melodrama quase novelesco quando seu texto e sua profundidade são o extremo oposto.
Faltou ritmo ao filme, especialmente porque a história tem um ritmo próprio de um homem vivo caminhando pelo mundo dos mortos, sem saber direito onde ele está, pra onde está indo ou mesmo quem são essas pessoas que tanto o conhecem sem ele conhecer ninguém.
Curiosidade: quem vive Pedro Páramo (disponível na Netflix) é Manuel García-Rulfo, sobrinho bisneto do próprio Juan Rulfo, autor do livro.
NOTA: 1/2