Qiao Qiao e Guao Bin são um casal bem feliz no interiorzão da China.
Eles saem pra dançar, fazem passeios, são felizes, até que ele consegue um emprego “na cidade grande” e vai embora.
Um tempinho depois Qiao Qiao começa seu périplo para reencontrar Guao Bin, meio como se ela fosse uma viajante do tempo por onde vai passando.
Como assim? O diretor Jia Zhangke cria um universo totalmente particular neste seu novo filme Levado Pelas Marés.
O cinema de Zhangke já é “abusado” naturalmente mas agora ele nos entrega um processo que ele iniciou durante a pandemia que foi de rever todo material que ele já havia produzido em cinema e fotografia.
E para contar a história de busca, perda, muita dança e música num caminho tortuoso, ele usou seu material antigo misturado ao material inédito que ele usou como principal fio condutor do filme.
Levado Pelas Marés é estranho como o bom estranho deveria ser, onde a gente se perde pelos caminhos da nossa heroína por não serem tão cartesianos como estamos acostumados a seguir.
O presente de Qiao Qiao (e da China) se encontra com um passado quase recente mas que parece muito antigo, e com um futuro próximo que se a gente pensar bem, parece que também já ficou no passado.
A conclusão é que o que importa mesmo é o presente de Qiao Qiao em sua busca pelo amor.
NOTA: