Ontem eu meio que detonei o filme espanhol Os Pequenos Amores.
Hoje eu vou falar bem de A Casa, uma prova de que as mesmas histórias são contadas das formas mais diferentes possíveis de acordo com vários fatores. Mas neste caso, o fator maior é a competência.
Escrito e dirigido por Álex Montoya, baseado na graphic novel de Paco Roca, A Casa é um drama sobre 3 irmãos e suas famílias que se encontram em uma casa de campo onde morava seu pai que acabou de falecer.
E lá eles precisam resolver o que será da casa onde eles passaram boa parte da infância e mais ainda, precisam discutir como será o futuro dos irmãos sem mais ter o pai (nem a mãe) que os unia de alguma forma.
Toda a sutileza deste filme de tratamento de cada um de seus personagens é o extremo oposto de como mãe e filha do outro filme são retratadas.
Isso porque neste filme a memória, a casa, a ideia de família, que resiste por um fio de cabelo, é a personagem principal do filme e nenhum personagem em si.
O legal de A Casa é que cada personagem, por mais coadjuvante que seja, tem seu momento de brilho no filme, sendo que o ponto alto pra mim é a trilha, sutil e quase não existente, que dá o tom melancólico ao filme, sendo que se o diretor errasse, a melancolia poderia facilmente ser mostrada como rancor.
A Casa é uma ótima surpresa, o tipo de surpresa que acontece bem de vez em quando. Portanto, aproveitemos.
NOTA: