Eu dou risada quando falam que o cinema está em seu film, que não existem mais histórias a serem contadas.
Geralmente esse papo vem de Hollywood e sua sanha por refilmar sucessos em línguas não inglesas e também por criar franquias e nadar em mar calmo, em mar de certeza de sucesso até que o mar seque.
Gente, o japonês Todas as Longas Noites é um drama japonês sobre TPM. TPM, meu povo.
Se lançam filme sobre TPM em pleno 2024 é porque a gente não sabe nada de nada mesmo sobre histórias, ideias, inspirações e o tanto que o cinema está mais vivo que nunca.
E quer saber o pior? Todas as Longas Noites é um belo de um filme.
A diretora Shô Miyake conseguiu transformar a TPM e a síndrome do pânico em motivos de aproximação de 2 pessoas muito diferentes, que se sentam lado a lado no trabalho sem interagirem muito até que descobrem, da pior forma possível, que ambos sofrem de condições mentais bem abaladas.
A camaradagem que aparece entre esse homem e essa mulher me fez achar que o filme em algum momento fosse se encaminhar para uma comédia romântica redentora, mas eu sempre era lembrado que estava vendo um filme tipicamente japonês, sem “ocidentalices” nem nada parecido.
Aqui se fala disso, de 2 pessoas que se aproximam porque acham que podem se ajudar e vão com essa aliança até o final.
As situações, o drama em si, as explosões, as explicações, são tão japonesas que o meu primeiro pensamento sobre o absurdo de a TPM ser a “estrela” do filme logo foi superado sobre a sensação de espanto em pensar como nunca fizeram um filme desses antes.
NOTA: