Outro dia um amigo rindo muito me disse que se diverte quando eu amo demais um filme, me animo e ele vai ver e o filme é bom mas não é aquela obra de arte que eu achei. E ele me disse que chegou à conclusão que eu devo assistir tanta porcaria que um filme acima da média já vira um ótimo filme pra mim.
Este é o caso de Crumb Catcher, um horror que eu queria ter visto no Fantasia Festival e assisti agora, pré Fantastic Fest, que começa na próxima semana.
O filme me deixou passado. De quatro. Chocado.
Crumb Catcher é um horror cheio de indicações de situações que a getne está cansado de assistir pelos horrores da vida mas que aqui, surpreendem a cada solução de cena.
O filme de estreia em longas do roteirista e diretor Chris Skotchdopole já começa a milhão, em uma festa de casamento onde o casal está posando para fotos e meio que tretando feio, discutindo absurdamente. Ao mesmo tempo que a gente sente a intimidade dos 2, a gente sente uma animosidade, como se eles fossem íntimos mas estivessem ali meio cumprindo papéis não tão desejados.
Na festa, enquanto Leah faz as vezes da noiva animada, Shane dá um perdido e apaga animal, se perde e quando acorda não se lembra de absolutamente nada que aconteceu.
Shane é um escritor super promissor, prestes a lançar um livro de contos com histórias de sua infância e Leah trabalha com ele no lançamento do livro e acha que essa pode sere a virada em sua carreira.
Quando Leah acha Shane e o acorda, eles vão passar os próximos dias de lua de mel numa mansão incrível da chefe de Leah e ficam chocados com o que veem quando lá chegam.
Só que logo depois deles chegarem, chega na casa John, um garçom da festa de casamento levando para o casal o bolo de casamento que tinha desaparecido da festa.
Eles atendem a porta, não entendem como John lá chegou, agradecem o bolo, mesmo tendo dito que eles nem o queriam mais, enquanto o bizarro John insiste no bolo, entrega ao casal uma garrafa de um uísque caríssimo e se oferece para beber e comemorar com eles ao mesmo tempo que lhes oferece uma oportunidade única deles poderem financiar uma invenção maravilhosa de John, a crumb catcher do título, um aparelho que recolhe migalhas de pão de mesas de restaurantes “5 estrelas”, como o garçom apresenta junto com sua esposa mais bizarra ainda Rose.
Aos poucos vamos vendo que John e Rose só conseguem isso tudo porque primeiro acham que o casal é milionário, segundo porque estão armados e terceiro porque Shane, o noivo, está sendo chantageado pela dupla.
Quando eu disse que o filme começava a milhão, neste momento, o que deve ser a primeira meia hora do filme, o caos está instalado, a desgraça está prometida e o diretor Skotchdopole não nos dá trégua.
Os outros 2 terços do filme são desesperadores.
O que o diretor faz nas cenas de “ação”, de tensão, é coisa de quem sabe o que faz e sabe como faz. A edição do filme, principalmente dessas cenas, é uma aula de como criar suspense em horror. E o melhor é que essas sequências todas acabam criando imagens memoráveis do filme, em closes sanguinolentos de novo inesperados.
Pra mim, Fabiano, hoje dia 12 de setembro, Crumb Catcher é um dos filmes do ano. Uma mistura de ideias vindas de vários filmes que todos nós já vimos várias vezes só que a mistureba quase improvável resultou em um filme surpreendente, horroroso, no melhor sentido, cruel, violento, tudo o que a gente mais gosta.
NOTA: 1/2