Queendom é um dos documentários que eu mais queria assistir esse ano.
Assisti e recomendo muito.
Além de conhecermos a vida nada gloriosa da artista performática russa Gena Marvin (que alguns poderiam chamar de drag queen), vemos como Gena conseguiu sobreviver numa Rússia totalmente preconceituosa com a comunidade LGBTQIA+.
O filme da diretora Agniia Galdanova é um libelo político sobre o quanto a Rússia já era um horror pra uma jovem artista não binária viver, alguém que usa seu corpo como forma de arte, de ativismo e de protesto.
E nesse mesmo corpo sofre as consequências de seus atos, apanhando, sendo cuspido, xingado, afrontado e mesmo assim andando pra cima e pra baixo com seus saltos altíssimos em plataformas mais altas ainda peitando todo mundo que a enfrente, até mesmo a diretoria de sua faculdade de artes, que a expulsa porque ela participou de um protesto contra a prisão de Alexei Navalny vestido com as cores da bandeira russa.
O que me deixou mais nervoso foi acompanhar o caminho que Gena percorreu para conseguir deixar o país logo antes das portas se fecharem de vez para a população LGBTQIA+, mas principalmente acompanhar seu sofrimento por se separar de sua família, de sua avó e de seu avô que tentam entendê-la, apoiá-la e dar colo, como uma família fofa e a mais normal possível.
Uma porrada nos nossos estômagos.
NOTA: 1/2