Vou começar do início: Chris Hemsworth, o eterno Thor que ninguém aguenta mais ver, estraga esse novo filme da saga Mad Max.
Ufa! Tirei um peso dos meus ombros!
Furiosa: Uma Saga Mad Max é o filme que não precisava ter sido feito e espero eu que seja o derradeiro da tal saga Mad Max.
Primeiro eu não entendi como o filme anterior Mad Max: Estrada da Fúria seria pelo menos relevante. E foi. Relevante e um espetáculo, mostrando que o gênio criativo do diretor George Miller estava mais vivo que nunca, depois de ter explodido em 1979 com o primeiro Mad Max, um filme que custou 350 mil dólares e que arrecadou mais de 100 milhões de dólares.
Sucesso global, reconhecimento da indústria, lançamento de um desconhecido Mel Gibson e levando o filme pós apocalíptico de ação a outros patamares.
Estrada da Fúria foi uma guinada radical em todos os sentidos, da história ao orçamento. Miller teve que inventar maneiras de filmar perseguições de carros pelo deserto para nos entregar, 40 anos depois, o que seria mais uma vez uma referência ao cinema pós apocalíptico.
E o que me deixou apaixonado pela Furiosa de Charlize Theron foi o poder da personagem, sua força e sua entrega, assim como ver um Tom Hardy fazer um papel tão impactante com sua versão de Mad Max em si, preso, calado e muito violento, como tem que ser.
Corta para 2024, Festival de Cannes, mesmo palco de estreia de Furiosa agora nos entregue esse novo capítulo da saga com Anya Taylor-Joy como a furiosa mais jovem no filme que conta sua origem. Sim, eu esperava que este filme de origem fosse pelo menos idêntico ao anterior em clima, construção mas não.
Miller resolve colocar o bonitão fortão Hemsworth como antagonista engraçadão.
En-gra-ça-dão.
Não não não. Não não não.
Não vou nem falar das próteses que ele usa no rosto, não entendi até agora pra que servem, talvez deixá-lo mais “feio”, diferente. Tenho certeza que foi ideia do ator, que deve ter dito “as pessoas vão olhar pra mim e melbrar do Thor, de como eu sou fortão e poderoso, melhor mudar meu rosto”.
Também tenho certeza que foi ideia do próprio ator ter esse lado mais engraçado do personagem, mais descontraído, meio espertão, em um filme tenso, dramático pra caramba, onde todo mundo quer matar todo mundo porque eles estão num mundo, de novo, pós apocalíptico desértico, sem água de verdade, sem comida, sem nada e vem lá um cara com uma menina acorrentada e presa em uma gaiola atrelada a sua carruagem de Ben Hur com motos no lugar dos cavalos, cruzando os desertos atrás de poder.
Não, não E não. Pra mim estragou o filme o Hemsworth. Ou melhor, o Dr. Dementus do Hemsworth.
De qualquer maneira Miller está cada vez mais afiado como diretor, com uma equipe de produção de arte maravilhosa que nos entrega cenários inebriantes a cada filme novo, com uma equipe de fotografia inventando e inovando a cada cena, com uma Anya provando ser a grande estrela jovem de Hollywood sim, com um Junkie XL mais uma vez entregando a trilha perfeito do filme que poderia ser um dos maiores do ano e não é.
Furiosa: Uma Saga Mad Max é SÓ o melhor filme de ação tecnicamente falando, o que não é pouco. Foi quase, dessa vez.
NOTA: 1/2