Quando eu assisto um filme como Love Lies Bleeding eu fico pensando qual foi o último indie americano que me deixou tão bem impressionado. Daí eu me lembro do filho do Cronenberg.
Mesmo tendo um elenco estrelado encabeçado pela diva Kristen Stewart, Love Lies Bleeding parece um filminho que custou 500 conto, feito com a câmera do celular e com músicas de amigos na trilha, dirigido pela fodona Rose Glass, uma diretora que sabe exatamente o que está fazendo e faz da melhor maneira possível, como se ela tivesse todo o dinheiro do mundo para criar um filme que parecesse isso tudo o que eu falei.
E ela consegue.
O filme é sobre uma paixão avassaladora entre Lou (Kristen), gerente de uma academia de maromba white trash bem casca grossa e Jackie (Katy M. O’Brian), uma fisiculturista que quer participar de um concurso em Las Vegas.
As 2 clicam no primeiro beijo e claro, já começam a morar juntas de cara e aos poucos uma vai descobrindo como funciona a vida da outra e claro, surpresas e fantasmas vão aparecendo, principalmente os fantasmas vivos, os piores.
A diretora Glass escreveu um roteiro tão sem vergonha de mostrar uma história de paixão avassaladora, com sexo quente, cheio de suor e sangue, muitas drogas e um pouco de rocknroll pra contrabalançar tudo.
As histórias da família de Lou acabam se cruzando descaradamente com sua nova namorada Jackie, que acaba trabalhando no clube de tiro do sogro bandido Lou Pai (Ed Harris com o segundo pior mulet da história do cinema), levada por um cara com quem ela transou pelo emprego que no final era o cunhado de Lou, JJ (Dave Franco, com o pior mulet da história do cinema), casado com Beth (Jena Malone), que apanha todo dia do marido fdp.
Fora sua irmã Beth, que Lou ajuda o tempo todo, ela não suporta nem o pai, nem o cunhado, o que só piora quando entende como sua nova namorada está envolvida com ambos.
E o drama que já existia só piora depois que situações incontroláveis vão piorando à medida que essas pessoas vão respirando, pra ser sincero, já que esse povo parece não saber viver literalmente em família, muito menos em sociedade.
Love Lies Bleeding é aquele filme de “desgraça anunciada”, o que me deixa ansioso em demasia e muito irritado, porque geralmente minhas expectativas são maiores que a entrega. Mas pra nossa sorte, de novo a diretora Rose Glass, entregou tudo e mais um pouco, com um terço final de filme incrível, cheio nnao só de surpresas e decisões estéticas radicais, como vinha meio que telegrafando durante o filme.
Tiro, porrada, beijo na boca e claro, muito sangue num filme delirante e viajante das drogas erradas. Literalmente.
NOTA: