Fúria Primitiva, o Monkey Man dirigido pelo Dev Patel, em sua estreia por trás das câmeras, só estreia em maio por aqui mas eu já prevejo um sucesso dos bons.
O filme de ação é uma mistura de Luc Besson e sua estética neon-colorida-exagerada com Guy Ritchie e seu estilo violento porém pop cheios de closes e câmeras tortas de ser também exagerado.
Mas será que essa combinação é boa?
Neste caso até que é. Ainda mais porque Patel usa e abusa de lendas, tradições, cores e críticas diretamente da Índia para contar sua história de vingança, o que acaba sendo um bom contraponto para um filme bem ocidental.
Ele faz o papel de um cara sem nome, sem lenço nem documento que todo mundo chama de Kid, que pretende trabalhar para as altas rodas do submundo até alcançar seu objetivo de vingar a morte violenta de sua mãe.
Ele também é Monkey Man, um lutador de lutas de um outro submundo, proibidas e sem regras, onde us uma máscara de macaco e tenta ganhar dinheiro de qualquer maneira. Mas lhe falta o jogo de cintura do macaco para vencer as lutas, como diz o mestre de cerimônias e ídolo Tiger, vivido por um Sharlito Copley inspirado.
Fúria Primitiva é um filme de 2 horas de tensão, sangue espirrado, muita droga e muita violência não só física, com alguns momentos de respiro em um roteiro ligado no 220V ou cheia de anfetamina ou mesmo endorfina, pra não dizer o que mais a gente vê pela película.
Lá pelo meio do filme o personagem de Kid tem um encontro místico co mas hijras, uma turma que adora um Deus/Deusa e que por isso são homens/mulheres, ou não são nem homens, nem mulheres ou ambos e que acolhem Kid de braços abertos.
Esse respiro dramático é até bom porque a porradaria que vem depois é maior ainda que a do começo e a gente não se cansa.
Quer dizer, quase.
Porque Fúria Primitiva é muito referenciado demais.
Tudo o que a gente vê a gente já viu e lembra onde viu na hora.
Além de Luc Besson e Guy Ritchie tem Rocky, Senhor Miyagi, A Vida de Pi (estrelado por Patel) mas onde ele deveria ter buscado referência que foi exatamente seu filme de maior sucesso, Quem Quer Seer um Milionário, dirigido pelo mais pop dos bons Danny Boyle, ele esqueceu e nos mostra uma Índia sombria que poderia também ter sido mais raiz e menos cosmopolita ocidental.
NOTA: