A melhor coisa de Late Night With The Devil é que logo no início, ao mostrar uma foto do apresentador Jack Delroy (David Dalstmachian) em uma premiação depois de não vencer mais uma vez, ao fundo vemos Salvador Dali sentado em outra mesa olhando pra câmera.
Isto posto, o filme australiano queridinho de todo mundoo desde que estreou no festival SXSW é um belo de um horror.
Mas está longe de ser a revolução, a salvação, o grande horror do ano.
Se for, keanu reeves vai ser 2024.
Como disse Stepehen King depois de ver o filme em casa outro dia, Late Night With The Devil é um grande filme mas suas conclusões podem varias. Suas são as do filme, não as suas que está lendo aqui.
O filme tem uma premissa genial: no início dos anos 1970, um desses talk shows noturnos da tv americana que tinha tudo para ser o grande rival do grande Johnny Carson, acaba afundando em audiência, para o horror do canal de tv.
Mas esse não é o horror do filme.
Jack Delroy, o apresentador junto com seu produtor, resolvem dar uma virada no programa mais apelativa, digamos assim, para tentar salvar o show, principalmente depois que Delroy perde a esposa e entra em depressão.
A gente já viu por aqui essas mudanças de foco de programa com os sushis eróticos, as brigas de anões e afins.
Aqui eles resolvem trazer médiuns, um Caçador de médiuns mentirosos e uma parapsicóloga que cuida de Lilly, uma adolescente que sobreviveu a um suicídio coletivo de uma igreja satânica.
Desde então a menina tem sido “visitada” por um demônio desgraçado chamado Mr. Wriggles e Delroy e sua produção resolvem pedir a Laura, a parapsicóloga, que tente fazer contato com o demônio, mesma ela avisando que as consequências são inesperadas.
Além dessa premissa muito boa de Late Night With The Devil, o filme tem uma direção de arte e de fotografia incríveis, nos fazendo acreditar piamente que aquilo ali aconteceu de verdade. Principalmente porque o início do filme tem uma pegada de documentário, onde conta a história do apresentador Delroy e de como ele chegou onde ele chegou na tv, numa vibe até que me lembrou bem O Iluminado.
O roteiro de Late Night With The Devil é muito inteligente e muito surpreendente.
O único problema do filme é que a partir de certo momento parece um trem longo, pesado que vai perdendo a direção e descarrilha no final.
O que não é de todo ruim, pra ser sincero, porque quem não gosta de um horror exagerado, com demônio perdido tomando a direção do trem e por isso mesmo o tira do trilho e faz o que quer, como quer e dane-se o espectador.
De novo, isso não é ruim para um horror. Mas poderia ser melhor.
Tô sendo chato? Super. Porque o filme era pra ser a salvação do horror, a revolução, o filme do ano. E não é. Espero.
NOTA: 1/2