Jacqueline Castel, Amandla Stenber, Bobbi Salvör Menuez,
Quem diria que eu pleno inverno infernal de 2023 teríamos um #alertafilmão como Meu Animal.
Um horror lésbico de lobismulher mais tenso que 90% dos filmes de horror de sustinho lançados nesta década.
Heather é uma jovem que vive com sua família bem, mas bem “atípica”, pra dizer o menos, em uma cidadezinha qualquer e só não é mais vítima de bullying e chacota porque Meu Animal não é um filme exagerado.
Mentira, é exagerado sim, afinal é horror, é lobismulher e o melhor de tudo, é lésbico, meio que uma cinderela que precisa chegar em casa antes da meia noite senão as consequências podem ser extremas.
Heather se apaixona à primeira vista por Jonny, uma patinadora artística que acabou de chegar por lá e treina na mesma pista de patinação onde Heather trabalha.
E diferente de Jonny, Heather joga hóquei e quer fazer parte do time de adultos, mas tem um problema: este time é masculino.
Mas mesmo assim, a fofa faz o que pode e o que não pode para poder treinar com os caras e ser a nova goleira do time.
Aos poucos a jogadora de hóquei e a patinadora artística vão se aproximando e o namorado de Jonny não vai gostando nada nada da história.
Apesar de toda a metáfora óbvia da história, a diretora estreante Jacqueline Castel mostra que não veio para brincadeira.
Não só o roteiro é absolutamente redondinho, sem buraco nenhum, sua direção é tnao inventiva e tão cheia das melhores referências que Castel acaba criando o seu próprio universo mórbido, com os 2 pés fincados em um mundo Lynchiano, com os personagens mais bem construídos do horror do ano, com uma fotografia pensada em seus mínimos detalhes e a grande surpresa, uma trilha vinda do giallo original mas criada com o conhecimento de cinema dos anos 2020.
É como se o Tangerine Dream fosse imortal e evoluísse sem medo de ser criticado por deixar suas raízes (quase) de lado.
Meu Animal não é um filme de horrorzinho fácil, um filminho de sustos óbvio, é um romance radical, tenso, nervoso, queer e surpreendente.
NOTA: 1/2