Quantos filmes a gente já não assistiu sobre pessoas que encontram seus antigos algozes em situaçnoes adversas e resolvem fazer alguma coisa a respeito?
Pai Nosso, O Diabo (Mon père, le diable) não é mais um deles mas sim um dos melhores filmes onde a torturada precisa tomar as rédeas da situação para primeiro não cair mais uma vez nas mãos de seu torturador mas também para fazer valer a justiça que nunca ouve.
Neste drama, que beira o horror, da novata diretora Ellie Foumbi, Marie, uma chef de um asilo de idosos, uma mulher muito talentosa, com uma vida ótima cercada de amigas e felicidades, se vê um dia cara a cara com o Padre Patrick, o novo responsável espiritual do asilo.
Só que Marie tem certeza que o Padre foi o homem que saqueou sua cidade quando ela era adolescente e foi o responsável pela morte de todo mundo que ela conhecia e o próprio que a estuprou e a deixou com traumas incuráveis.
Marie precisa pensar logo o que fazer com o homem e quando menos espera, toma uma atitude radical que vai ser a reponsável por mudar o seu destino.
Aincrível Babetida Sadjo vive uma Marie tão intensa e tão cheia de certezas e dúvidas, tudo ao mesmo tempo, que me deixou pensando que por momentos eu estava assistindo um documentário e não uma ficção.
O roteiro inteligente e ousado não só eleva o gênero da vingança a um novo patamar como também cria uma nova referência do que se deve ser feito daqui pra frente.
Pai Nosso, O Diabo não é o filme onde existe o bem versus o mal. Em princípio a gente acha que sim, mas a diretora Ellie é mais inteligente que isso e nos entrega personagens “reais”, sem o vilão e o super herói lutando silenciosamente (ou nem tanto) para mostrar a que vieram.
As cenas de Marie com o padre são das melhores do ano e só torça para que o filme alcance uma audiência grande, apesar de ser um “indiezinho francesinho” só que maior do que muita bobagem que a gente vê por aí.
NOTA: