Satanic Panic 1980s começou provavelmente por causa da história da Michelle
ESTE é o documentário que eu espero assistir em um Festival tão maravilhoso quanto o Fantasia.
Satan Wants You (Satã Te Quer, sim, é isso mesmo) é O filme que me deu pesadelo depois de eu ter assistido. E olha que eu assisto tudo quanto é tipo de horror e nada me abala.
A história do filme gira em torno de um livro lançado em 1980, Michelle Remembers, co-escrito por Michelle Smith e seu terapeuta Lawrence Pazder.
Durante suas sessões de terapia com dr. Pazder, Michelle, então com seus 30 anos de idade, foi sentindo que alguma coisa a incomodava desde sempre, que ela não conseguia “colocar” pra fora, talvez pudesse vir a tona com essas sessões.
O psiquiatra ousado resolveu se aprofundar em técnicas não tão ortodoxas e conseguiu que Michelle lembrasse e então contasse que quando criança, ela foi “doada” por sua mãe a um culto satanista que ela frequentava e por anos, até sua adolescência ela foi usada e abusada no culto, tratada mesmo como uma oferenda a satã e os horrores que vieram à tona, que não são ditos explicitamente no filme mas que a gente imagina com facilidade, são os piores possíveis.
O livro lançado pela dupla foi um sucesso estrondoso mas tão estrondoso mesmo que começou uma onda, ou uma moda ou uma trend, se fosse hoje em dia, que se chamou Satanic Panic, Pânico Satânico.
Centenas de mulheres aparecerem de todos os recônditos dos Estados Unidos contando histórias parecidas com a de Michelle, que tinham sido ofertadas a cultos satânicos como “parideiras”, a maioria delas dizendo que tiveram seus primeiros filhos aos 10, 11 anos de idade e que seus bebês eram mortos por elas mesmas como parte do ritual completo a Satã.
Naquela época a tv por lá era cheia de programas de auditório sensacionalistas, tipo um João Kleber da vida, onde pessoas “reais” vão lá contar suas histórias e só o que se via e ouvia eram essas histórias horrorosas, com detalhes dantescos, criando um pânico nacional inconsequente e inesperado.
Até que o FBI entra na história e começa a pesquisar a fundo, ou não tão fundo assim porque tudo era meio óbvio, se essas mulheres estavam dizendo verdades ou se era mais um caso de “histeria coletiva”.
Essa dúvida do FBI apareceu quando nas viagens de lançamento do livro da Michelle, nas entrevistas, nos simpósios, quem falava era o médico e não a vítima, quem contava as histórias era o terapeuta e não quem as sofreu.
Adivinha se a coisa toda não foi por água abaixo.
E este documentário, que começa como um dos filmes mais desesperadores de todos sobre um história aterrorizante de horror da vida real como nunca contado antes, termina ainda como um documento desesperador, só que do outro lado do espectro.
O que é pior, na minha opinião, já que a m*rda jogada no ventilador não dá pra ser desjogada.
Aguarde, prepare-se e torça pro filme ficar disponível logo.
NOTA: