Quando eu assisto um filme como o francês O Inocente eu renovo minha esperança no cinema.
O Inocente é uma comédia mas também um romance, também um filme de ação e um drama, tudo isso dirigido, co-escrito e estrelado pelo Louis Garrel.
O cara além de bom ator chegou em um nível tão alto por trás das câmeras que este filme saiu da premiação do César 2023 com as estatuetas de melhor roteiro e melhor atriz coadjuvante pra diva Noémie Merlant.
O Inocente é o próprio Garrel que para salvar o casamento da mãe, ou algo parecido, topa participar de um roubo a caixas e mais caixas de caviar iraniano, o que daria liberdade final ao ex-presidiário que a mãe conheceu em aulas de teatro que ela dá a detentos.
Outro detalhe é que o próprio filho “bonzinho” sairia com uma boladinha de 30 mil euros que ele combinou dividir com sua amiga e melhor amiga de sua ex-esposa morta.
O roteiro do filme merece todos os prêmios que vem levando primeiro por conseguir elevar uma história banal, bem francesinha, de assalto tosco com personagens inspirados além do normal.
Inclusive um desses é o cúmulo do coadjuvante, o motorista do caminhão que carrega a cara de ovas preciosas e que se torna meio que um personagem pivotal da história.
De amor, veja bem.
Enquanto o assalto e o filme policial seguem comendo solto no fundo.
Esses níveis de histórias criadas pelo roteiro tiram O Inocente do normal que seria caso o roteiro e seu diretor fossem preguiçosos.
Dividir a atenção do roteiro a partir de possibilidades narrativas é coisa de gênio.
Ponto pro Garrel que acertou na mosca.
NOTA: 1/2