Tem filme que quando termina eu tenho vontade de encontrar quem dirigiu e dar um beijo e falar: “parabéns pela sua mente bem doida”.
E parabéns por encontrar quem financiou um filme desses.
Kristoffer Borgli é o diretor em questão deste absurdo norueguês.
Sick Of Myself conta a história de um casal nada fofo, Signe e Thomas, que vivem uma relação de disputa, coisa bem estranha.
Tudo piora quando Thomas atinge um certo reconhecimento como artista plástico moderninho conceitual, por criar obras a partir de coisas que ele rouba na cara de pau.
Ao invés de ficar feliz, Signe tem uma ideia (nada) brilhante para conseguir também um certo reconhecimento: a pena.
Ela pesquisa na internet uma dessas drogas horrorosas russas que detona fisicamente as pessoas.
Encomenda o treco e começa a usar.
Até que um dia sua pele praticamente explode e o povo pira pra entender o que diabos está acontecendo com a fofa.
Ela vai ao médico mas não diz que está usando o treco. E o médico pira com a possibilidade de ter descoberto uma nova doença desgraçada.
Signe acaba conseguindo o que queria: seu círculo de amizades fica com muita pena dela ao ponto de conseguirem que uma revista famosinha faça uma matéria de capa sobre o horror.
O diretor Borgli joga muito bem em seu roteiro com a história de consternação geral contra a doente não estar tão preocupada com seu estado de saúde.
O que só faz de Sick Of Myself mais doente ainda.
A única preocupação da personagem principal é ter seu segredo descoberto.
Ela não está nem aí se sangra pelos olhos, se o cabelo cai, se o rosto parece o de um monstro.
Borgli brinca com sua personagem amoral a ponto de deixar seu espectador desconfortável por saber de seu esquema fraudulento ao mesmo tempo que não sente pena por ela. Isso é um grande feito.
Eu não acreditava no que via, na cara de pau, na coragem de Signe em acabar com sua saúde por seus 15 minutos de fama.
Sick Of Myself é um estudo sobre a estupidez humana, sobre todas as teorias filosóficas sobre o ser humano do futuro em tempos líquidos.
E a conclusão é só uma: ninguém poderia prever este futuro besta que é o presente da humanidade.
NOTA: 1/2