Eu juro que tento entender porque um filme como O Estrangulador de Boston é ruim.
Ou melhor, não é que seja ruim ruim.
Mas estamos em 2023, acostumados a filmes ótimos sobre assassinos, estranguladores, tipo os filmes do Fincher e a gente não espera nada pior, nosso “sarrafo” tá alto.
O Estrangulador de Boston é filme grande, cheio de dinheiro, de estudião, produzido por um povo respeitado que tem no meio o Ridley Scott.
Com uma dupla feminina principal de dar inveja a filmes bons por aí, a Keira Knightley vivendo história real da Loretta McLaughlin, jornalista mulher em 1960 que deu o furo de reportagem sobre o tal estrangulador, que matou 13 mulheres da mesma forma, um serial killer dos infernos.
Além dela tem a Carrie Coon vivendo a jornalista mais “gabaritada” que entra na jogada para garantir que a novata não erre, numa ação de desespero dos diretores do jornal onde elas trabalhavam.
Mas qual o problema do filme se tem esse povo todo, se tem história real, se tem um diretor preocupado em fazer filmes com um apelo social grande?
O filme é chato, o roteiro é sem graça, quase escrito em excell, sem surpresa, sem pontos altos, é monótono.
A história é focada no dia a dia da Loretta, de casa pro trabalho, investiga, tenta driblar a macharada do jornal e da polícia que tenta desmerecê-la a todo custo, de volta pra casa pra um marido bacana e um resto de família que não acredita dela, pro café da manhã com os filhos e começa tudo de novo.
Fim.
Nesses meios de tempo acontecem mais mortes, mais polícia que não faz nada, tem um policial que se aproxima dela e que por um momento eu achei que ele mesmo seria o assassino e daí tem os suspeitos, numa história confusa de quem mata, quem conta, quem esconde, quem ficou preso com quem aff me perdi.
Eu tenho certeza que se esse filme tivesse sido pequenininho, sem estudião, sem milhões no orçamento, o roteiro e a edição do filme teriam sido bem diferentes.
Mas a quantidade de produtor e de produtor executivo dos créditos, maior quase que elenco, dá uma ideia de quanta gente palpitou no produto final.
E nos entregam isso, uma história bem boa mas bem enrolada.
NOTA: