Já começo reclamando ao dizer que o melhor título para esse filme por aqui, se não quiseram chamar de Urso da Cocaína, deveriam ter chamado de Urso do Padê.
Bom, o tal urso do tal padê é uma história real de um urso que encontra E consome 34 kg de cocaína caídos de um aviãozinho de um traficante muito zuado.
Não se como mas esta história bizarra caiu nas mãos do roteirista Jimmy Warden, que tem um currículo bem meia boca e o que aconteceu?
Escreveu um filme bem meia boca, com a vibe de um urso totalmente tomado por quilos de cocaína, com a bibe de um governador que destrói a marteladas um leilão importantíssimo para um estado importantíssimo.
Como o governador que vai perdendo o controle à medida que vai martelando o púlpito e no final ainda dá uma cumprimentada errada em quem estava ao seu lado, Urso do Padê, o filme, vai se animando à medida que o urso vai procurando mais cocaína e cheirando, numa espiral de vício nunca dantes visto na história da humanidade.
E quanto mais ele cheira, mais personagens aparecem no filme.
E todos esses personagens vão se direcionando para o local onde a cocaína poderia ter caído.
Personagens esses que vão de policiais, traficantes, crianças, mãe das crianças, policiais do parque onde tudo ocorreu.
Chega uma hora que tem tanta gente atrás da cocaína, tanta presa fácil pro urso padezeiro, que eu nem sei mais que filme eu estou assistindo.
Pra piorar a situação, a direção da Elizabeth Banks é tão ruim, tão primária, tão antiga, tão inspirada em comédias ruins da década de 1980 que um filme como Porky’s, por exemplo, perto do urso doidão, parece dirigido pelo Orson Wells em seus bons dias.
Urso do Pó Branco é exatamente o que eu achei que seria o filme, até porque ficava pensando o que Banks teria de tão genial para fazer com essa história tão pequena, se não fosse a curiosidade mórbida em torno de um urso consumindo quilos de cocaína.
Só que assistir o que eu achei foi uma decepção gigante. Nada me surpreendeu positivamente, nem o elenco de famosos que vão de Keri Russell a Alden Ehrenreich e Brooklynn Prince, com outros famosos em participações pequenas, com perucas e maquiagens para se esconderem, o que eu nunca entendo quando isso acontece.
No final das contas, mais uma história engraçada e pitoresca foi jogada no lixo num filme micro que, para ser sincero, queria entender onde tiraram dinheiro para levarem o urso aos Oscars e para fazerem todo o esquema monstro de lançamento dessa porcaria, que aliás, tem dado certo porque já arrecadaram quase que o dobro do custo do filme só em bilheteria doméstica, isto é, só nos cinemas dos EUA.
Parabéns, vocês estão certos e eu, como sempre, errado.
NOTA: