Ansiosíssimo estava eu para assistir este filme polonês, dirigido pelo ótimo Jerzy Skolimowski (oi sumido) e que saiu aplaudidíssimo do Festival de Cannes 2022 com direito a Prêmio do Júri e tudo mais.
EO é um filme sobre um burro, que se chama Eo, o som que os burros fazem mesmo.
Lembra da música dos Saltimbancos do Chico Buarque: au au au, io i o?
Lá eles escrevem EO mas pronunciam IO.
Bom, Eo é um burrinho bem fofo, que trabalha em um circo, é amado pela bailarina mas acaba sendo libertado e começa a viajar através da Europa e o filme o segue.
Sua história é cheia de acasos, de cortes abruptos por seu caminho e a câmera de Skolimowski está ali bem perto sempre.
Eo vai cruzando o caminho de vários personagens, de traficantes de animais a uma milionária chiquérrima que tem um caso com o enteado padre, vivida pela Isabelle Huppert mais linda que nunca.
Se você lembrar do filme Cow, da Andrea Arnold, você acertou.
Mas o que lá era mais político, aqui é mais onírico, mais poético mesmo.
Algumas sequências de EO são lindas demais, de um primor “avantajado”.
Outras me remeteram também ao maravilhoso A Grande Testemunha / Au Hasard Balthazar do mestre Robert Bresson, em sua profundidade filosófica.
Mas Eo nnao bateu certinho pra mim.
Apesar de todos os louros, o filme mais parece um pretenso filme cult oitentista, o que sereia até interessante se o filme também não parecesse que foi filmado na década dos anos 1980.
Na minha modestíssima opinião, Skolimowski errou acertando. o que não foi o suficiente pra me fazer amar Eo.
NOTA: