Eu sou muito tonto mesmo.
Eu achava que o Rian Johnson não seria capaz de fazer um filme pior que Entre Facas e Segredos.
Mas não, o cara foi lá, fechou contrato milionário com a Netflix para mais 2 sequências e PÁ!
Glass Onion consegue ser muito pior que o primeiro filme.
Roteiro sem pé nem cabeça pra uma história primária de mistério.
Pra quem não lembra, o primeiro filme era um mash up tosco de Agatha Christie com Detetive com um elenco famoso em papéis caricatos e esquecíveis.
Glass Onion é a mesma coisa.
Só que com mais dinheiro, que não sei onde foi gasto, com um elenco também de famosos e com uma história tão idiota e sem sentido e que não cria o mínimo de empatia com o espectador que eu fico chocado como um filme desses é produzido, lançado e faz sucesso.
Ou assim a Netflix quer que a gente acredite.
O mesmo detetive Benoit Blanc do primeiro filme, vivido por um Daniel Craig péssimo, exagerado e pra lá de caricato, participa de um final de semana idílico de um grupo de melhores amigos de um bilionário também caricato, só que lixo, claro, vivido por um Edward Norton em seu provável pior papel da carreira.
E olha que ele foi o Hulk fracassado.
Os amigos puxa saco do bilionário são um bando de direitistas errados, uma ex modelo canceladíssima que só fala e faz merda (Kate Hudson preguiçosa), uma política que deve as calças ao bilionário e que só faz merda (Kathryn Hahn boa como sempre), um cientista que só faz merda (Leslie Odom Jr quase invisível), um miliciano neo nazi podre (Dave Bautista, que mostra de novo que é um péssimo ator) e a ex sócia do bilionário que levou uma rasteira do cara (Janelle Monáe, que rouba o filme).
Basicamente todos eles devem suas vidas e carreiras ao bilionário, lambem o chão que ele pisa e não estão nem aí pra o que ele faz.
O que acontece é que esse final de semana idílico em uma ilha grega, com sua mansão em formato de cebola de vidro, deveria ter um jogo de detetive, onde eles deveriam adivinhar quem mata o bilionário mas tudo dá errado e bla bla bla.
Nada faz sentido.
Os problemas pelos quais a reunião acontece e os quais o ricão quer “resolver”, são irrelevantes.
Nada justifica a história toda acontecer.
Toda a suposta genialidade do diretor e roteirista Rian Johnson, que justificaria os milhões de dólares gastos nesse filme, não arranha a superfície desta barbaridade.
Aliás, se eu trabalhasse na Netflix, ia fazer uma devassa nas contas da produção, porque não sei onde gastaram tanto dinheiro, já que tudo é cafona ao máximo naquele cenário novo rico dos infernos.
Nem as piadas salvam, que vão da Monalisa ao Tom Cruise em Magnólia.
A falta de sutileza do filme é outro ponto a ser destacado: a casa de vidro do cara é cheio de estátuas de vidro em pedestais. Sabe aquela história do rinoceronte em uma loja de cristais?
Esse é o roteiro de Glass Onion, explicitamente mostrado pelos vidros e cristais todos do filme só que se movimentando como um rinoceronte cego ali no meio.
NOTA: 1/2 (a meia nota foi pelos Bowies na trilha do filme, única coisa que salva)