Acredite se quiser: Sachertorte é uma comédia romântica alemã.
Eu nunca pensei que fosse escrever essa frase um dia neste blog.
E o pior (ou melhor) é que o filme é bonitinho.
Pra ser sincero eu fui assistir o filme porque é estrelado pelo Max Hubacher, que é certeza de filme bom.
Ele faz Karl, um alemão que um dia qualquer conhece uma austríaca numa fila de um food truck em Berlim e passa umas horas com a fofa antes dela voltar pra casa.
Lembra algum filme? Sim, Antes do Amanhecer e tudo o que veio depois.
Eles inclusive se chamam por senhor Antes do Amanhecer e sra Antes do Por do Sol.
Na hora de ir embora, ela anota seu número no telefone dele e ele perde o número porque recebe uma ligação antes de salvar.
E ela já foi.
Ela pira, porque tem certeza que ela é a mulher da vida dele e depois de tentar tudo o que pode para encontrá-la, Karl resolve se mudar para Viena com a única informação importante que tem sobre a moça.
Ah, claro, ele não se lembra do nome dela. Normal, hoje em dia ninguém lembra o nome de ninguém, quando a gente conhece alguém e anota rápido no celular é sempre fulano de tal do lugar tal.
Nini, a fofa, conta pra Karl que todos os dias de seu aniversário ela vai ao café Sacher com o seu pai para comemorar comendo a famosa torta de chocolate.
E aqui vai um parêntese, já que o famoso café Sacher é o ponto central do filme, com o hotel adjacente, com as filas de espera e principalmente, com a torta de chocolate mais incrível do Império Austro Húngaro.
Ela pergunta se Karl já comeu a torta, ele diz que sim mas ela diz que nenhuma é igual a Sachertorte (sim, o título do filme).
E isso é algo que Karl vai ouvir o filme inteiro, já que depois que se muda para Viena, Karl passa ir todos os dias às 15horas, sem falhar, para esperar a mulher de sua vida aparecer para comemorar seu aniversário.
O roteiro esperto é bem resolvido pela diretora Tine Rogoll, que apesar de todos os clichês possíveis, principalmente a referência descarada a Antes do Amanhecer.
Sachertorte é cheio de idas e vindas, literalmente. E o mais legal é que todos, absolutamente todos os personagens secundários são ótimos.
Nenhum é super engraçadão até porque o filme é alemão e a comédia não é lá uma coisa muita alemã, como a gente bem sabe.
Até Karl diz em um momento do filme que ele não é tanto de demonstrar emoções exageradas.
O que é uma verdade acaba sendo uma fraqueza do filme.
O que falta em Sachertorte é exatamente emoção, da alegria à tristeza e com tudo no meio.
Tudo é muito sóbrio, frio.
Outra frase que nunca pensei que fosse escrever aqui neste blog é: faltou um Fabio Porchat da vida neste filme alemão!
NOTA: 1/2