Passagem é o novo filme da Jennifer Lawrence e chocado digo: bem vinda de volta, Jennifer, estávamos com saudade de seu lado indie.
Você tem que concordar comigo que faz pelo menos uns 10 anos que a gente não aguenta mais a fofa, desde O Lado Bom da Vida (por motivos outros que não só ela, odeio com força esse filme).
Passagem, filme produzido pela AppleTV+ e distribuído pela queridinha A24, dirigido pela estreante Lila Neugebauer, nos trás de volta a Jennifer raiz, a Jennifer fodona, a Jennifer que ganhou Oscar com 20 anos de idade, a Jennifer atriz de filme indie, pequeno, onde ela pode mostrar a que veio.
Em Passagem ela é Lynsey, um oficial do exército que foi atingida em combate e volta para casa para se recuperar.
Porque ela não tem opção.
A gente vê o quanto ela sofre em casa e o quanto ela quer ir embora de novo.
E se ir embora significar voltar pra guerra mesmo com o cérebro em frangalhos, que seja, porque Linsey não suporta o “em casa”.
Qualquer lugar é melhor que em casa.
Para sua (e nossa) sorte, ela conhece James (o maravilhoso Brian Tyree Henry) e cria de cara um vínculo forte com o mecânico que vai arrumar o carro da sua mãe enquanto dá caronas e paga sorvete para Lynsey em meio a muito papo de corações abertos.
O que a diretora Lila faz com essas 2 personagens incríveis é de se tirar muito o chapéu e se ajoelhar para agradecer.
Jennifer sem maquiagem e frágil é mais importante do que todos os filmes gigantes que ela fez em Hollywood.
Claro que ela pode concordar em termos porque o dinheiro que ela ganhou nos últimos 10 anos não se compara ao cachês dela em Passagem. Mas ela com certeza concorda que poucas personagens no cinema americano de 2022 tem o poder de Lynsey.
As possibilidades que essa mulher atordoada e destroçada abriu para aquela Jennifer de Inverno da Alma 22 anos depois, certeza que foram absolutamente inesperadas.
Claro que não poderia deixar de falar do gigante Brian Tyree Henry, talvez o ator que mais trabalhou em Hollywood nos últimos 5 anos. O cara fez pelo menos 4 filmes grandes por anos, só em uma olhada rápida no imdb.
Tudo o que ele faz é muito bom, a gente lembra dele em todos os filmes, olhando uma lista que vai de As Viúvas a Se A Rua Beale Falasse e Joker.
Se Hollywood estava esperando o momento certo pra torná-lo um dos grandes dos dias de hoje, chegou a hora de colocá-lo em todas as premiações de melhor do ano.
Passagem é um filminho no maior e melhor sentido, uma história de amor, amizade, recomeço, reconexão própria e o melhor, com direção e atuações de primeira grandeza.
Imperdível.
NOTA: 1/2