De tanto que eu falei mal não só do filme Não Se Preocupe, Querida muito por causa da pseudo atuação do Harry Styles, venho aqui dar o braço a torcer e dizer que ele me surpreendeu como o policial gay na Inglaterra dos anos 1950’s.
No filme o super astro pop é Tom, um policial que tem um caso com Patrick, um curador de um museu de Brighton na Inglaterra quando ser homossexual e ter relacionamentos homossexuais eram proibidos por lei.
Assim Tom resolve namorar e se casar com uma mulher para poder ter uma vida mais segura.
Entra em cena Marion, uma professora bem fofa e não tão bobinha quanto Tom gostaria que fosse, vivida pela ótima Emma Corrin.
Marion aos poucos vai percebendo que Tom é muito, mas muito mais que amigo de Patrick, vivido pelo também ótimo David Dawson. Os caras não só vivem grudados como Patrick vai meio que passar a lua de mel com o casal, dizendo que é presente dele cozinhar para os pombinhos.
O que seria muito legal e que poderia ter salvado o filme é que a história é meio contada 40 anos depois pelas 3 personagens com Tom ainda casado com Marion e Patrick chegando para morar com o casal depois de ter tipo um derrame e ter perdido as condições de ficar sozinho.
Mas claro, se você faz um filme com o Harry superstar pop gigante Styles, a história tem que dar uma guinada e mostrar mais o cara, mesmo ele não sendo tão bom quanto o resto todo do elenco que só tem fera, meu!
Nesses 40 anos depois o trio é vivido SÓ por Gina McKee, Linus Roach (de O Padre) e pelo ícone Rupert Everett.
Mas não, vamos mostrar o Harry transando com o David de todas as posições possíveis.
Vamos mostrar o Harry lindo e bem vestido andando por Veneza.
Vamos mostrar o Harry no museu, na praia, dando chilique, transando horrivelmente com a Emma.
O filme é dirigido pelo grande diretor de ópera e teatro Michael Grandage. Mas essa estreia não poderia ter sido mais equivocada já que o filme vai pra tudo quanto é lado em uma história e com um roteiro que deveria ter sido totalmente controlado por alguém que no mínimo entendesse muito da linguagem do cinema, o que não é o caso.
Mas toda a aura do filme, muito inglês, me agrada muito.
Me lembrou muito da melhor literatura possível, das historinhas poderosas de Ian McEwan pelas praias inglesas.
Mas faltou a profundidade de McEwan, falou levar as personagens para o inferno, já que eles lá chegam.
E quando chegam, olha só Harry some. E não podia.
E tem outra, pior ainda: a conclusão da história é tão idiota que me surpreendo deixarem isso no filme como desfecho e não só como uma notinha quase desapercebida dessa história toda.
NOTA: