Este é o post de número 300 de 2022.
Isto quer dizer que em 2022 eu já publiquei aqui 300 resenhas de filmes, #1filmepordia e te agradeço por estar lendo esta e agradeço por ter lido muitas outras.
Não poderia deixar a efeméride passar desapercebida e para isto escolhi falar de um dos meus filmes de horror preferidos deste 2022, o ano que nunca termina, o absurdo Barbarian: Noites Brutais.
O filme é tão bom que até este sub-título brasileiro é bom, faz sentido.
O filme estreou ontem por aqui no Star+, depois de um sucesso relativamente bom nos EUA onde ontem estreou na HBOMax, com uma campanha grande.
Barbarian foi escrito e dirigido pelo Zach Cregger, um ator, diretor e streamer, famosão no Youtube e agora no Tiktok também.
Barbarian conta a história da fofa Tess, que aluga uma casa em Detroit pelo Airbnb, porque vai fazer uma entrevista de emprego com uma documentarista bacana.
Ao chegar na casa ela tem 2 surpresas.
Primeiro descobre que a casa linda das fotos fica numa quebrada das piores, bairro de medo mesmo.
Depois de tomar coragem e sair do carro, consegue abrir o locker onde estaria a chave que, claro, lá não está. E não só isso, a pessoa que alugou a casa, claro 2, não atende seus telefonemas desesperados agora debaixo de uma chuva torrencial.
Mas Tess dá sorte (será?) porque uma luz se acende dentro da casa e de lá sai Keith, que também alugou a mesma casa e também está chocado com a confusão. Mas mesmo assim ele deixa Tess entrar, tomar um banho, se acalmar, tomar um vinho e diz que ela deve dormir lá e que amanhã eles resolvem o imbroglio.
Se você fosse a Tess você entraria na casa? Tomaria vinho? Dormiria lá?
Você já viu esse filme?
Eu também, tantas vezes.
Mas Barbarian não é esse filme.
Os 2 dormem, ela no quarto e ele na sala e no meio da noite Tess acorda com uma presença em sua cama. Ela se levanta louca da vida achando que é o bonitão mas não, ele tá apagadão no sofá e se assusta quando acorda com ela o chamando, achando que ela é uma doida.
No outro dia Tess vi à entrevista, tudo dá certo, a diretora diz que ela tem que sair da casa porque o bairro é tipo perigoso mesmo e perigoso em Detroit é tipo muito medo de guerra pra baixo.
Quando Tess volta pra casa e logo depois que Keith chega a baixaria começa.
E por baixaria eu quero dizer o terror começa. Terror dos melhores.
Quando a gente acha que a baixaria termina, entra em cena AJ, um ator famoso de Hollywood que é demitido de uma série que trabalhava por ter estuprado a atriz principal, mas ele claro nega. Ele perde o salário, tá quebrado e vai pra Detroit tentar vender algumas propriedades para se segurar por um tempo.
Uma das propriedades é a casa da baixaria pra onde AJ vai direto.
Ao chegar lá e encontrar a casa ao que parece habitada com roupas espalhadas, taças de vinho e escovas de dente na pia do banheiro, AJ tenta entender o que está acontecendo e descobre que sua propriedade tem uma parte debaixo que ele não conhecia, com corredores extensos e cheio de cômodos.
Mas logo AJ também começa a viver a tal da baixaria que eu falei. E lembra que baixaria é terror. E que o terror é bom.
O que me irrita muito nesses filmes bons de horror é que eu não gosto de dar nenhum spoiler, nenhum detalhe que possa estragar a experiência e no caso de Barbarian, tudo o que eu contar além disso tudo pode estragar.
Zach Cregger virou meu herói do horror de 2022.
Não só ele escreve bem demais como ele sabe o que está filmando. E o melhor, usa seu elenco como poucos no já quase sobrecarregado horror americano.
A ótima Georgina Campbell que faz a Tess vive uma quase paixãozinha com o Keith de Bill Skarsgard em um filme onde a tensão sexual só serve pra detonar mais ainda com a nossa cabecinha.
E quando entra em cena o dono da casa AJ e eu vi que era o sempre cara de bobão Justin Long eu pensei, pronto, acabou com o filme.
Eu acho que nunca um ator foi tão bem escolhido para fazer o bobão num filme de horror. AJ é o astro pedante de Hollywood que aos poucos vai mostrando quem realmente é e esse realmente é alguém que a gente não quer ter por perto.
O roteiro é esperto demais ao nos levar por caminhos inesperados e não cair na cilada do plot twist, a tão odiada reviravolta de roteiro.
Mas não fiquemos tristes, o filme é cheio de surpresas. Vou repetir: cheio de surpresas.
E o que tem melhor que um filme de horror cheio de surpresas desgraçadas?
Filmaço.
NOTA:1/2