Todo ano tem alguém que sempre me pergunta: mas vem cá, você só assiste filme bom demais nesses festivais que você cobre? É tudo #alertafilmão?
Não, minha amiga, não meu amigo, é que eu resolvo postar só sobre os filmes bons, que valem a pena serem vistos.
Mas pra provar que eu também vejo porcaria, vou falar desse espanhol Asombrosa Elisa.
O filme é vendido como um horror onde Elisa, uma adolescente que perdeu a mãe em um acidente de carro, acha que tem super poderes.
Só que não tem e a gente descobre no início do filme quando ela pede pra uma amiga dar um facada nela, porque ela tem certeza que tem um campo de força magnético ao seu redor.
Mas não tem.
E ela leva a facada no ombro. Uma tonta.
E essa tonta quer se vingar do homem que matou sua mãe, depois de vê-lo de longe no supermercado.
De asombrosa a Elisa só tem a idiotice adolescente. Só que elevada a uma potência inacreditável.
Asombroso também é o diretor do filme, Sadrac González-Perellón, que fez um longe metragem tão ruim que parece que ele filmou na escola de cinema da Usp em 1985.
Juro.
Nada presta no filme e olha que tem muita coisa que poderia prestar.
Primeira que a história da Elisa tem outras duas paralelas que a gente fica esperando se encontrarem e a decepção é gigante.
O filme é até metido a ser feminista, já que as personagens principais das 3 histórias são mulheres fortes mas olha, poderiam não ser, pra não queimar o filme.
Depois a direção de elenco do filme é inexistente. Cada um faz o que quer como quer.
E pra piorar, o diretor resolve mostrar suas referências no filme das formas mais óbvias e estúpidas possíveis, do tipo, “ai, eu amo o Lynch, escrevi esse filme pensando nele então vou colocar um personagem que tem o rosto coberto/pixelado o tempo todo”. Sabe esse nível?
O cinema de horror espanhol vinha numa crescente mas se esse Asombrosa Elisa for o futuro como estão propagando, já era.
NOTA: 1/2