Quando eu li que tinha um filme novo vindo diretamente da Holanda com o título Moloch já pensei: não vejo nem a pau.
Moloch é o título de um dos filmes da minha vida, o absurdo perpetrado pelo russo Alexander Sokurov sobre um final de semana que Hitler teria passado em seu castelo falando de amenidades dos infernos com seus amigos nazistas desgraçados, onde Hitler era o próprio Moloch, um dos piores demônios da iconografia judaico cristã.
Mas lá fui eu dar uma chance ao novo filme do holandês Nico van den Brink e minha gente, QUE FILME!
Se você gosta de horror das antigas mas feito com toda a excelência dos anos 2022, assistam esse absurdo de horror caipira, o tal do folk horror que está tão na moda.
Sim, o filme se passa no meio do nada holandês, numa cidadezinha tão pequena que tem uma equipe escavando o terreno e por acaso encontra 7 mulheres mumificadas/empedradas, todas degoladas da mesma forma.
Betriek vive lá com sua filha pequena, sua mãe e seu avô, a família amaldiçoada de um lugar que tem má fama por, adivinha, degolar mulheres em oferenda a, adivinha 2, Moloch.
Mas isso é só lenda, segundo Betriek, apesar de sua avó ter sido encontrada com a garganta rasgada na vertical, como várias outras mulheres antes dela. E agora todas encontradas pelos arqueólogos.
E o clima está criado. E o clima é dos melhores.
Loucura, medo, desespero, lenda, mentira, verdade, família, tudo com muito horror, sem draminha, tudo sob um véu de fim de tudo, parece que vai cair uma bomba atômica em cima daquela cidadezinha a qualquer momento de tão tenso que tudo é.
Todos os méritos ao diretor van den Brink que, como em todo horror caipira que se preze, criou um universo nunca antes visto, com uma gama gigante de personagens estranhos, como se deve, de histórias inimagináveis, como se espera e principalmente com esse aura maravilhosa de medo, de horror e desespero.
NOTA: 1/2