Olha só a Netflix indiana largando dinheiro nas produções por lá e por consequência, esse conteúdo todo chegando por aqui.
Depois de falar um monte de Um Looop Eterno, a refilmagem doidaça de Corra, Lola, Corra, meu filme preferido da semana, tem mais um lançamento deles que me deixou bem impressionado.
Azul Cobalto é um draminha gay bem fofo mas bem potente ao mesmo tempo.
Conta a história de uma família, que aparentemente é de classe média lá na Índia, com 3 filhos, o mais velho está para casar, a menina que deveria se casar mas que é apaixonada por hóquei e quer trabalhar com esporte, tem cabelo cortado curtinho e é o desespero da família.
Mas o “problema” todo do filme é o terceiro filho da família, Tanay, o jovem que é gay, claro que no armário, e poeta, que quer ter o quarto só dele, quer escrever mais, quer ler mais e quer beijar na boca.
O que ele não esperava era se apaixonar perdidamente por um inquilino de sua casa, um artista plástico que vai morar no quarto gigante dos fundos depois que o avô morre.
O azul cobalto do título é a cor preferida da obra do artista bonitão e principalmente enigmático, que ninguém sabe de onde veio, pra onde vai e muito menos o que ele está fazendo na casa da família.
O legal de Azul Cobalto é que o filme é daqueles que a gente ama que não passa a mão na cabeça de nenhum personagem, que trata todo mundo como deve e melhor, não trata as questões sexuais do personagem principal como algo que deva estar num pedestal de vidro.
Aliás, questões a serem tratadas no filme não faltam e elas são muito bem resolvidas em um roteiro muito bem escrito cheio de soluções plausíveis, onde elas são necessárias.
Se o Looop e o Azul são referência do que tem por vir da produção da Netflix na Índia, que sorte a nossa, que venha mais e que continuem nos mostrando uma Índia nada caricatural, bem realista (espero que eu não esteja errado, porque não estou acostumado a ver a Índia contemporânea e cosmopolita como a que vi nesses 2 filmes).
NOTA: