Sabe por que o novo documentário da Netflix, O Golpista do Tinder, é bom?
Porque não é uma série, como eles estavam acostumados a fazer nessa moda estúpida de true crime.
Ninguém aguenta mais essas histórias de estelionato via Tinder, via aplicativos e tais.
E ninguém aguenta mais ver filmes e séries sobre essas histórias, porque elas são basicamente todas iguais.
Em O Golpista do Tinder não é diferente, infelizmente.
É a história de um canalha, o israelense Simon Leviev ou sabe-se lá qual o nome que ele vem usando hoje em dia.
Ele é um “bonitão” que se vende no app como filho de um bilionário vendedor de diamantes.
Ele sempre “se encanta” por mulheres bonitas, loiras e européias.
E aparentemente que ostentam ter uma quantia razoável de dinheiro.
Porque depois de levá-las pra cima e pra baixo em jatinhos e Ferraris a jantares e hospedagens em restaurantes e hotéis super estrelados, ele sempre passa por alguma dificuldade estúpida e começa a pedir dinheiro pra elas.
E não é pouco.
Se fosse no Brasil, teriam feito uma série de quinhentos episódios chatos, enrolados, contando os mesmos detalhes de seus golpes individuais que fazem parte de um golpe de mestre gigante.
Só que o crime perfeito só é perfeito até que não seja mais e o golpe de Simon foi descoberto de forma absurda.
E quando a casa dele cai, a coisa fica mais feia ainda.
O filme é super esquemático, feito por jornalistas competentes que não tiveram a manha de terem chamado alguém mais competente para dirigir esse documentário, que o teria tirado da mesmice dos realities.
Mas para nossa sorte, o filme tem menos de 2 horas e qundo a gente começa a ficar de saco cheio, eles colocam uma personagem no filme, uma nova namorada de Simon, que dá um baile.
De novo, não se animem porque O Golpista do Tinder poderia ser uma matéria do Buzzfeed que já seria ótima.
História boa, filme meia boca, média boa, passou.
Da próxima vez, Netflix, chame alguém que saiba dirigir de verdade, que entenda de cinema, porque se tiverem uma história desse nível de frieza e complexidade, de deixar todo mundo de queixo caído, vocês vão ter um filme premiado.
NOTA: