Quando eu cubro festivais de cinema, principalmente os de cinema fantástico como o Fantastic Fest, o que mais me deixa feliz é assistir filme que por menores que sejam, ou por isso mesmo, ousam e quebram regras de gênero e do próprio cinema em si.
Val é um desses filmes.
A Val do título é uma dominatrix.
Linda, bem vestida, com cabelo impecável (ops) como tem que ser, Val atende em sua casa, uma daquelas enormes californianas com decoração estranha, meio antiguinha, como vemos muito em filmes e séries.
Prestes a receber um cliente bem poderoso e bem do mal, como ela mesma disse, Fin, um fora da lei fugitivo, invade a casa e faz com que Val despache logo seu cliente para que Fin possa relaxar e pensar como vai fazer para se safar da polícia.
O clima do filme não é de comédia, nem de horror de climão, mas uma mistura de ambos que torna tudo estranho demais, meio que como um sonho meio acordado quando a gente não sabe o que está acontecendo direito.
E o mais estranho é Val aceitar tudo o que Fin manda ela fazer, sendo poderosa como é.
O clima é meio parecido com o dos filmes do francês Quentin Dupieux tipo A Jaqueta de Couro de Cervo.
Aos poucos vamos percebendo quem na verdade manda na história e como Val se mostra muito mais fodona do que a gente percebeu antes.
Val não só é a dominatrix mais procurada da região como também, ou na verdade é uma demônia com seu séquito de diabas do mal.
Val o filme é conduzido de uma forma tão sossegada e bem humorada que essa virada de clima nem assusta tanto, apesar de todo o sangue que promete vir.
A sutileza de Val é uma das coisas legais vistas neste festival, onde os diretores e seus filmes tem se mostrado mais ousados e sem vergonha de testarem e acertarem, na maioria das vezes.
NOTA: 1/2