Pray Away é um documentário disponível na Netflix que se você não estiver cansada ou cansado de se sentir indignado, assista correndo.
O filme conta histórias de “ex gays”, homens e mulheres, que frequentaram campos de conversão, comum pelos EUA, deixaram de se sentir atraídos por pessoas do mesmo sexo, casaram, tiveram filhos, tudo pelo poder da oração, veja só.
Ou sei lá do quê.
Só que, spoiler alert, todo mundo depois de um tempo, olha só, “volta a ser gay”, como eles mesmos dizem, pessoas ignorantes que acreditaram que rezar ia fazer com que seus desejos mudassem.
Além de nada mudar, eles viviam, como seria de se esperar, vidas duplas, escondidas, vidas desesperadas e infelizes.
Mas eles sempre tinham desculpas, pra tudo.
Pra não se aceitarem, pra tentarem uma vida nova, pra se encontrarem na igreja, pra encontrarem pessoas que passavam pelas mesmas dúvidas e a lista é longa.
O que me irrita nessas histórias é pensar que, ao menos que os jovens que são enviados a esses campos por familiares doentes, preconceituosos e que lá não querem estar, a pessoas precisa ser muito perdida na vida para achar que ser gay, sapatão, trans é coisa do demônio e querer por si só mudar essa situação.
Não consigo imaginar a desculpa de se sentir incluída e bem vinda numa comunidade doente como essa, de conversão, quando diziam que não eram bem aceitos na comunidade LGBTQ+.
Juro que não entendo.
E ver essas pessoas adultas, contando suas histórias de vidas passadas indo e vindo no sim e no não, me deixa indignado, porque ao que parece as pessoas não viviam no meio de uma floresta, sem comunicação e sem informação. Essas pessoas eram ignorantes mesmo.
E um filme como Pray Away, que para mim talvez devesse ter a função de entender como as pessoas sofrem e demoram para se entender em suas vidas, um filme desses acaba criando em mim essa sensação de raiva, de vontade de dar um safanão na cara desses tontos e mandar um “acorda pra vida, cacete!”.
Tô sem paciência.
E o filme é ótimo.
NOTA: