Os mandamentos católicos são foda, né?
Aquela lista de 10 coisas proibidas e/ou obrigatórias que nos enchem de culpa a vida toda.
Depois de assistir o filme espanhol Não Matarás fico com mais certeza ainda de que este seja o mandamento mais certeiro, uma das poucas certezas da vida, que é não matar ninguém, porque a parada acaba sendo sempre sinistra.
Não Matarás é o tipo de filme que me deixa desesperado o tempo inteiro porque tem uma história de erros que poderia 100% acontecer comigo.
Do jeito que eu tomo decisões erradas pensando muito antes, se eu vivesse uma situação radical como vive o personagem Dani (Mario Casas), eu teria o mesmo final que o fofo.
Ele é um cara bem caretão, bonzinho, meio bunda mole que numa noite, sozinho em um bar, conhece Mila, uma tatuadora, doidinha que o carrega pela mão para uma espiral de atitudes ruins que fazem com que Dani não se reconheça e pior, se desespere e vá piorando tudo de maneiras irreversíveis.
O filme é muito bem fotografado, com uma luz colorida linda, que finalmente faz sentido num filme moderninho.
Mas tem uns buracos no roteiro que me irritaram bem, apesar de que podem ser defendidos pelo diretor como decisões estúpidas tomadas por um cara meio estúpido.
No Matarás é um suspense cheio de homenagens que vão a Depois de Horas do Demme aos filmes oitentistas do De Palma, passando pelos pseudo planos sequências do Hitchcock, tudo muito bem feito, mostrando que o diretor David Victori é antes de tudo um cinéfilo.
Tá no Amazon Prime e garanto que a diversão é das melhores.
NOTA: