Se você não gosta de filme lindinho que nos últimos 30, 40 minutos você começa a chorar e não para mais, não assista No Ritmo do Coração.
O título original do filme é CODA, uma sigla em inglês que quer dizer algo como “filha de adultos surdos”, neste caso Ruby, uma garota de 17 anos, filha de surdos que não é surda e que ama cantar.
Mais paradoxal que isso impossível.
E esse paradoxo é a espinha dorsal do filme.
A família de Ruby é de pescadores e ela tem que ir no barco com seu pai e seu irmão porque é proibido por lei pelos EUA que surdos estejam em barcos sem acompanhamento de alguém que ouça.
Só que Ruby chegou numa fase de sua vida que precisa escolher entre continuar “cuidando” da família ou viver a sua própria.
E claro, seu pai, sua mãe e seu irmão, surdos, não entendem que Ruby primeiro saiba cantar e segundo que faça alguma coisa que não inclua sua família.
No Ritmo do Coração é um filminho pequenininho, refilmagem de um filme francês e que apesar de toda a sua modéstia, apesar de parecer um filme de sessão da tarde, um melodrama bobinho, é de uma profundidade quase infinda.
Coda estreou no Festival de Sundance desse ano, ganhou prêmios de público, especial do júri, da crítica, prêmio de elenco e de melhor diretora pra Sian Heder.
E prêmio maior ainda foi que a Apple Tv+ comprou o filme pelo preço recorde de 25 milhões de dólares, uma lindeza pro cinema indie americano.
Coda, No Ritmo do Coração, é um filme que me deixou tão de quatro que eu dei uma folga aqui nas postangens da cobertura do Fantasia Festival pra dizer: assista Coda, assista No Ritmo do Coração.
Esse título em português é cafona, o filme parece ser cafona mas quando pega minha filha, sai de baixo.
Meu nariz tá vermelho há horas e eu não posso nem pensar muito na história de Ruby que dá vontade de chorar.
NOTA: 1/2